Mussolini
(Jasper Ridley)
O livro Mussolini, escrito por Jasper Ridley conta a história sombria desse homem que, em meio ao caos de sua vida, conseguiu aprimorar suas habilidades em tal nível que pode ser considerado um verdadeiro leão político. A obra vai desde sua infância conturbada e repleta de violência até as dúvidas finais sobre a forma de sua morte.
A história desse líder italiano é sombria. Seu pai, comunista convicto, o criou com um misto de liberdade e rigor. A liberdade de pensamento e ação que um comunista com tendencias anarquistas poderia dar a seu filho, e o rigor de impor um comportamento machista, que levou o pequeno Mussolini à utilização da violência como meio válido de lidar com a vida. Violência, essa é a palavra que pode resumir sua infância e até memso sua vida. Na escola, ele era o “brigão”, oprimia os colegas e sempre desafiava a todos para duelos. Com menos de 10 anos já havia participado de diversas contendas de gangues, incluindo uma em que brigou com uma faca em punho. Isso foi aprendido de seu pai, especialmente no episódio em que, após ser oprimido por u coleguinha de escola e pedir ajuda do genitor, recebeu a seguinte resposta: “volte lá e acabe com ele, se não o fizer eu é quem vou acabar com você”. Estava dada a permissão para o uso da força, começava a trajetória da morte em sua vida.
Na adolescência as agressões continuaram, assediava as meninas e as estuprava, continuava envolvido em brigas de gangues, mas agora bandeou para o anarquismo, sua racionalização para os atos de força. Assim viveu, sem limites, por anos a fio, mudando-se de uma cidade à outra, enfrentando a polícia em revoltas junto a seus grupos anarquistas.
Envolveu-se com a militância socialista, mas manteve seus métodos, ou seja, confrontos com a polícia, prisões, agressões e etc, mas já é possível perceber nesse ponto uma certa característica que manteria no restante de sua vida: a liderança. Torna-se líder dos grupos socialistas dos quais participa e passa a atuar cada vez mais dentro dos parâmetros “regulares” do jogo político.
Com a Primeira Guerra Mundial, entra para o exército italiano e, lá, passa a amar seu país, adotando visões nacionalistas e passa, também, a odiar os comunistas, já que esses muitas vezes abandonavam o campo de batalha, alegando questões de consciência, atitude essa por ele desprezada. Ele tentava evitar e punir com máximo rigor tais “traições”, rigor que vinha do alto de sua elevada patente, conseguida por mérito, desde o mais baixo nível, em pleno campo de batalha. Após a guerra passa-se pouco tempo antes de romper com o partido comunista do qual fazia parte. O rompimento foi doloroso, uma verdadeira expulsão, já que seus colegas não aceitavam sua postura nacionalista e belicista. Esse evento teria marcante repercusão em sua vida, daí em diante os socialistas eram seus inimigos mortais e iriam pagar com a vida.
Foi isso que ele fez. Juntou-se aos camisas negras e passou a caçar comunistas, matando-os a pauladas pelas ruas italianas. A violência que se seguiu foi marcante. Os camisas negras, facistas, conseguiram chegar ao poder por meio da violência irrestrita, marchando sobre cidade após cidade daquele país. Na mais marcante marcha, sobre Roma, a cidade rendeu-se àquele grupo de radicais, mas que era amado pela população, que estava insatisfeita com os resultados da guerra e exigia pulso forte do governo para que seus problemas fossem resolvidos.
No poder, Mussolini levaria sua posição de Primeiro Ministro até o fim da resistência italiana aos ataques dos aliados. Passara para o lado de Hitler, que certa vez, quando ainda era pouco conhecido, havia pedido uma audiência com o líder italiano e foi sumariamente rejeitado. É algo bem interessante que o livro traz, Hitler era fã de Mussolini, não o contrário. Importante colocar em questão que, tirando o fato de ter feito tudo com muito violência, o líder italiano conseguiu resolver os problemas de criminalidade, dar um bom nível de vida aos italianos e até mesmo acabar com a máfia, que na Segunda Guerra Mundial foi ressuscitada e utilizada pelos Estados Unidos como força aliada contra os fascistas no fronte interno.
Mussolini foi um homem violento, mas amado. Através da força cavalgou na desordem de sua vida pessoal e chegou até o posto de liderança da Itália, sendo retirado à bala enquando ainda era amado pelos cidadãos daquele país. Essa é uma história sombria, mas espetacular. O autor transita entre opostos marcantes, os mesmos opostos que põe lado-a-lado Hitler e Mussolini: homens cruéis e sangüinários, mas ardentemente amados por seu povo.
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