Autor: FABRÍCIO SCHINNIGER VARGAS* - Editoria Variedades - 29/02/08 E-mail recebido de
[email protected] .Este
é um assunto polêmico pois envolve, na maioria das vezes, situações
reais e cotidianas que, isoladas, não constituem nenhum tipo de
agressão ou assédio, mas, se corriqueiras e constantes, transformam-se
na forma mais cruel e desumana de tratamento dispensada aos
colaboradores de uma organização. Se um superior submete
subordinados a situações vexatórias, exige missões, impõe metas
impossíveis, alfineta a auto-estima com tarefas inexpressivas ou
transforma seu ambiente dentro da organização insustentável, ele está
assediando moralmente seu colaborador. Assim como o assédio sexual, o
assédio moral é a repetição de atitudes, por superiores hierárquicos,
que tornam difícil a permanência no emprego. Para especialistas,
um dos principais motivos do assédio moral é o fato de o empregador
desejar o desligamento do funcionário, mas não querer demiti-lo, em
decorrência, principalmente de despesas trabalhistas. Cria-se,
portanto, uma situação insustentável em que o empregado é levado a
pedir demissão. Mediante a opinião de grandes especialistas de
RH e até mesmo de departamentos jurídicos, conclui-se que a ocorrência
do assédio moral em pequenas e médias empresas é grande. Isto não
isenta as grandes organizações de relatos por parte de seus
colaboradores, de situações que caracterizam o assédio moral. Muitas
vezes isto ocorre por parte de supervisores mal preparados que, na
maioria das vezes sentem-se ameaçados por funcionários em fase de
crescimento. O assédio moral ainda não tem regulamentação
jurídica, mas é considerado crime passível de sanções trabalhistas e
até mesmo penais, dependendo da intensidade e da forma como é aplicado.
De acordo com grandes advogados trabalhistas, tudo que foge às regras
sociais ou às práticas definidas no contrato de trabalho, pode se
configurar como assédio moral. Existem vários relatos na mídia
e em publicações especializadas de casos de assédio moral. Gostaria de
relatar alguns para que sirvam de exemplos a não serem seguidos e para
ajudar aos colaboradores que estejam lendo nosso texto a identificar
atitudes no seu ambiente de trabalho: chefes que exigem o cumprimento
de metas inatingíveis; negam folgas em emendas de feriado quando os
outros colaboradores são dispensados; submetem algum colaborador a
situações de ridículo, tais como subir em mesas e dançar para os outros
colegas; quando humilham e maltratam o funcionário na presença da
equipe em função de alguma falha. Estas são situações que afetam o
psicológico do colaborador, caracterizando, portanto, o assédio. Deixo
aqui, meu alerta a todos os empresários e empregadores de que o caminho
da coação é sempre o mais longo e o menos eficiente, podendo trazer
conseqüências muitas vezes irreversíveis a toda a organização. Sugiro
sempre o diálogo, a aplicação de reuniões periódicas e formas de
avaliação de desempenho, minimizando a distância entre o real e o
desejado pela organização em se tratando de produtividade do
colaborador. E aos colaboradores que se sentem desconfortáveis ou até
mesmo inseguros com atitudes de superiores, aconselho o diálogo franco
com a empresa como a melhor forma de mostrar o quanto ela está sendo
ineficiente na condução das relações interpessoais. * Gestor de Recursos Humanos pela Universidade de ItaúnaSócio Diretor da FIS – Gestão de PessoasInstrutor de Cursos da Cooperativa do SENAC / MGwww.fis-gp.comEmail -
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