Com uma visão longitudinal, permaneço cismado a pesquisar a escuridão em lamúrias seqüentes. Procuro a felicidade nos meandros do infinito, me perdendo pelos caminhos sem alarde dos meus lamentos.Ando, em trôpegos passos, pelas escalas da vida, igual um ébrio errante à percorrer degraus inexistentes, que a sua mente confusa projeta como reais.Permaneço na roda-pé da fortuna, como um reles excremento, a lhe nutrir a existência, sem receber nenhuma partilha. A miséria me incomoda, pela carência da partilha.Trafego nas marginais da minha pobre existência, em atropelos fugidios da sorte, todavia, embora com a fé quase desvanecendo, sei que só terei valor após o meu falecimento corporal.Vagueia o meu Ser penando pelos cerceamentos da paixão, porém, trago a minha fronte sempre erguida, por ser alimentada pelo meu pensamento idôneo.Lamento, com o coração ferido e intumescido pela injusta espoliação, nesta longa estrada a percorrer, onde, só me dão os nichos recôndidos e a escuridão dos prêmios.O meu espírito lamenta a dor de ver a riqueza se mancomunando com os abastados, sem me darem tal regalia, na surdez do Bem distribuído.Reclamo, com o âmago lesionado pelas injustas discriminações pelos caminhos vicinais e frios, por mim seguidos, dentro dos contornos da riqueza plena, porém, apenas para uns poucos.Soluço com tristeza contínua, neste mundo de quimera, sou uma frágil pessoa pendente de plenos perdões, por ter a morna esperança de felicidade, em local em que sou transformado numa bigorna à disposição da crueldade, me designada pela injusta negativa de favorecimentos.Com as lágrimas escorrendo, vejo as estradas perenes, iguais a diamantes, a sorrir em almofadas me proibindo o acesso.Sou um viajor abandonado nas selvas do descaso, espoliado! Vou para o martírio chicoteado... A todo o instante!Na divisão das benesses, fico na orla esquecido, pois, a mim, sobram apenas os detritos fétidos, vis restos dos bens doados.Ao término desses lamentos, vi muitos serem escorraçados e, sem alento no prosseguir, idênticos a mim e, muitos outros: sem... Ajuda! A seguir, uma poesia, de minha autoria e inédita, alusiva ao texto em foco: LAMENTOS D’ALMA Às vezes fico a cismar Com os olhos mareantes,Pesquiso o éter a sonharEm lamentos constantes. Procuro a felicidadeNas dobras do infinito.Perco-me na eternidadeSem ecos do meu grito. Ando em passos vacilantesPelas ondas da existência,Quais embriagados errantes Em patamares da incoerência.Perambulo no sopé da fortunaIgual estrume nutrindo a flor,A miséria, a mim importuna,Pela carência de rico pendor. Navego na orla da vidaEm escaramuças da sorte:Minha fé é dolorida...Só terei valor na morte!Vagueia minha alma sofridaEntre os meandros da paixãoCom a fronte sempre erguidaAlimentada pelo coração. Lamúria de minha alma feridaNa injustiça da espoliaçãoNa longa estrada da vidaEm nichos de escuridão.Reclama o espírito a dorDa visão da fortuna plenaNa surdez do ameno amorSem regalia da fé serena. Reclama, ferida, minha almaCom a injusta discriminaçãoNas veredas frias e calmasDos contornos da ilusão.Lamenta minha triste almaEntre as quimeras da vida,Na onda do mar sem calmaEm oceanos sem guarida! Soluça minha’ alma tristeNeste planeta de ilusões,Frágil flor que existePendente de mil perdões.Em minha’ alma corre mornaA esperança da felicidade.No mundo sou uma bigornaA mercê da vil crueldade. Com as lágrimas fluindoVejo as estrelas perenesQuais diamantes sorrindoEm almofadas solenes.Sou um viandante solitário Nas sendas do esquecimento,Cuspido! Vou pra o calvárioEscarrado?... A todo o momento! Na partilha dos benefíciosFico nas margens soterrado,A mim, sobram malefícios...Vis restolhos dos Bens doados!No limiar do pensamentoOutras vidas vislumbrei:Esfarrapadas, sem alento,Idênticas a mim, sem... Lei! Sebastião Antônio
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