Sócrates
(Milton Sobreiro)
Sócrates
Por Milton Sobreiro*
Sócrates é um desses personagens históricos que por alguma característica de sua existência se torna marco, na linha do tempo. A Filosofia Grega o tem como um desses marcos. O período da Filosofia Grega anterior a Sócrates – entre os sécs. VII e VI a.C. – ficou conhecido por Pré-Socrático; durante seu período de atuação, o Período Socrático – entre os sécs. V e IV a.C. – foi de tanta efervescência, com os seus discípulos mais diretos Xenofonte e Platão, juntamente com Aristóteles discípulo de Platão, que ficou mais conhecido por Período Clássico da Filosofia Grega; por fim, o Período Pós -Socrático – entre os sécs. III e II a.C.
O Filósofo nunca pode ser conhecido por um pensador de encastelado, pois seu gabinete estava nas praças públicas, juntamente ao povo, quando se valia de discussões públicas horas a fio, valendo-se de seu método de interpelar transeuntes e, baseado em seu pressuposto “só sei que nada sei”, questionava-os acerca do que se achavam doutos, a cada questionamento fazia com que o interlocutor fosse chegando à realidade de que também não conhecia, como queria crer, sobre aquele assunto, tendo, por fim que reconhecer sua própria ignorância.
Este método socrático ficou conhecido por Maiêutica (em gr. “parto”), nome dado com base no trabalho de sua mãe que era parteira. Sócrates se dizia um parteiro, “dando à luz “ à idéias novas. Desta forma, seu método iniciava com os inquéritos, sendo conhecido por Ironia, pois destruía a ilusão do conhecimento, que ao ser totalmente aniquilado abria espaço para a Maiêutica, onde através de investigações sobre o assunto em pauta buscava atribuír-lhe um novo conceito.
Esta prática do Filósofo Clássico gerou dois tipos de relações para com ele, de um lado, seus discípulos, fiéis depositários de seus pensamentos, e de outro, a animosidade aristocrática, que o levou ao julgamento por duas acusações: a negação dos deuses da cidade e a de corromper a mocidade com seus pensamentos “subversivos”. Subversivos por desviar a atenção para um novo caminho, distinto do imposto pelas elites poderosas, perturbando a “ordem” do conhecer e do fazer.
Mesmo com uma defesa brilhante, onde narra que para confirmar o que um de seus deuses afirmou colocando-o como o mais sábio de todos, e por não achar-se neste nível de sabedoria partiu para a interpelação de todos os que se achavam peritos em determinados assuntos. A cada entrevista percebia não saberem nada sobre o tema da discussão, então chegava à conclusão de, realmente ser mais sábio que aquele, pois no mínimo não se dizia douto do que na realidade não era, aceitando sua ignorância para com determinados assuntos. Muitos dos jovens que o seguia nesta empreita passaram a agir da mesma forma, valendo-se do mesmo método de seu mestre, e todos aqueles a quem interrogavam acabavam por odiar Sócrates, e não a si mesmos por não terem o conhecimento tão decantado. Condenado, foi sentenciado à morte por envenenamento com Cicuta (um poderoso veneno extraído de um vegetal de mesmo nome).
Sua morte não deu fim ao seu pensamento, perpetuado por dois dos seus mais brilhantes discípulos, Xenofonte e Platão.
Referências Bibliográficas
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à Filosofia. 3.ed. revista. São Paulo:Moderna. 2003.
HOLANDA, Aurélio Buarque. Mini Aurélio – O Dicionário da Língua Portuguesa. Curitiba:Positivo.2004.
· *Licenciado em Ciências Sociais com experiência de magistério nas disciplinas de Sociologia, Filosofia, História e Geografia. Coordenador de Pólo Presencial em Instituição de Ensino em EAD (EADCON).
Resumos Relacionados
- Sócrates
- Sócrates
- Filosofia
- A Filosofia De Sócrates
- Biografia De Socrates.
|
|