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Hiroshima
(Hersey; John)

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No dia 06 de agosto de 1945, às 08:15h da manhã, a bomba atômica foi lançada sobre o centro de Hiroshima, no Japão. Morreram mais de cem mil pessoas, e outras cem mil foram atingidas, marcadas por feridas jamais vistas até então. Pouco mais de um ano depois, o jornalista John Hersey lança Hiroshima, uma reportagem de trinta e uma mil, trezentas e quarenta e sete palavras, que ocupou toda a edição da revista The New Yorker. Tomando como ponto de partida a trajetória de seis sobreviventes, a obra de Hersey, transformada em livro anos depois, é considerada uma das melhores obras sobre jornalismo literário, tendo sido considerada por um grupo de especialistas como a melhor reportagem escrita em todo o século passado na imprensa americana.
No momento da explosão, o padre Kleinsorge, da Companhia de Jesus, encontrava-se deitado em um catre, lendo, enquanto o reverendo Tanimoto, pastor da igreja metodista, que logo se revelaria incansável auxiliar de numerosas vítimas do ataque, ocupava-se em transportar móveis e objetos litúrgicos para a propriedade de um fabricante de raiom em Koi, a uns três quilômetro do Centro. O jovem médico Sasaki, ao tomar mais cedo o bonde que o levava diariamente para o hospital onde trabalhava, não imaginava que este gesto poderia poupar-lhe a vida. Após a tragédia, ao procurar pelo cirurgião chefe da unidade, encontrou seu corpo retalhado por cacos de vidro. A sra. Nakamura, viúva e mãe de três filhos, teve de revirar os destroços de sua casa arruinada para libertá-los. Dr, Fujii, proprietário de um hospital às margens do rio Kioto, viu-se atirado às águas, preso entre duas vigas do que sobrou de sua construção. A sra, Sasaki, funcionária da fundição de estanho do leste da Ásia, teve a perna quebrada ao ficar imprensada entre livros que caíram junto com duas estantes que ficavam logo atrás de sua mesa. Sua posterior peregrinação por abrigos e hospitais, quase sempre sem condições de proporcionar-lhe atendimento adequado, quase custaram-lhe a amputação do membro, cada dia mais purulento e inchado.
Através das experiências vividas por estas seis personagens, Hersey traz à tona o horror e a dramaticidade de cenas da tragédia que chocou o mundo, como a jovem que permanecia com a filha morta nos braços, a procura do marido desaparecido para que ele pudesse dar à criança um último adeus, ou o transporte, pelo sr. Tanimoto, de um grupo de feridos de um banco de areia (uma delas, quando tentou puxar pela mão, teve arrancada toda a pele), para as margens do rio, para mais tarde descobrir que havia sido em vão: a maré subiu e afogou a todos, que não tinham sequer forças para sair do lugar. Após a catástrofe, outra preocupação: a sobrevivência. Os hibakusha (como eram conhecidos os que foram expostos à radiação e que invariavelmente apresentavam seqüelas) eram também vítimas de miséria e preconceito. Sem receber qualquer tipo de auxílio do governo, que não se considerava responsável pela desgraça, ficaram relegados à própria sorte até 1957, quando os partidos políticos finalmente aprovaram a Lei de Assistência às Vítimas de Bomba A, que lhes proporcionaria atendimento médico gratuito, algo de que sempre necessitavam.
Quarenta anos depois, Hersey volta e reencontra alguns de seus personagens, em uma Hiroshima já reconstruída. Suas impressões também encontram-se no livro. E a conclusão surpreende: mesmo após tanto tempo, como pôde constatar, ainda persistiam, através de sintomas no corpo e na mente, sintomas da devastação.



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