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O Ideal de Progresso e Desenvolvimento em Comte: o sonho que virou pesadelo - Parte I
(Osmar Rufino Braga)

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1. INTRODUÇÃO A humanidade encontra-se diante de um grande pesadelo: o progresso e o desenvolvimento a que alcançou em todas as áreas do conhecimento não representou o sonho de felicidade humana, de igualdade, fraternidade e liberdade, ideais do Renascimento (século XIV ao XVII), e do Iluminismo (século XVIII), considerado a culminância do processo que começou no Renascimento, em que definitivamente a razão se impõe como método de conhecimento do mundo. Leonardo Boff, no livro "Ethos Mundial" (2000), faz alusão a três crises por que passa a humanidade: a crise social, crise do sistema do trabalho e a crise ecológica. Referindo-se à primeira, fala da existência de "uma bifurcação possível dentro da espécie humana"(2000:14), em que se estruturam, de um lado, um tipo de humanidade opulenta, situada nos países centrais, que controla os processos científico-técnicos, econômicos e políticos, beneficiando-se de todos os tipos de avanços, e do outro, a velha humanidade, "vivendo a pressão de manter o status de consumo razoável ou simplesmente na pobreza, na marginalização e na exclusão" (2000:14); quanto à segunda crise, esclarece que as "novas formas de produção cada vez mais automatizadas dispensam o trabalho humano; em seu lugar entra a máquina inteligente"(2000: 15), destruindo-se os postos de trabalho e tornando os trabalhadores descartáveis, produzindo um grande contingente de excluídos em todos as sociedades do mundo; a crise ecológica expressa-se no grave desequilíbrio que poderá "afetar a Terra como sistema integrador de sistemas" (2000:17), destruindo a biosfera e as condições de vida dos seres humanos. Na base do processo histórico e do contexto de transformações por que vem passando a humanidade a partir do século XIV até os dias atuais, está o pensamento positivista, herança do Racionalismo e Iluminismo, que consolidou a crença na dominação da natureza pela humanidade através da indústria e da técnica (Arruda, 2000). O objetivo do presente artigo é, a partir do estudo do "Curso de Filosofia Positiva" e do "Discurso sobre o Espírito Positivo", de Augusto Comte, analisar o ideal comteano de progresso e desenvolvimento, procurando evidenciar os problemas e as conseqüências, no mundo contemporâneo, da concepção positivista da história e da sociedade, em relação a uma nova maneira de pensar os processos de mudança social e de desenvolvimento. A escolha deste pensador justifica-se pelo fato de Comte ser considerado o principal teórico e divulgador do Positivismo, doutrina filosófica surgida entre os séculos XVIII e XIX, embora o termo positivismo tenha sido utilizado pelo filósofo Saint-Simon, de quem Comte foi secretário e discípulo. No presente artigo, que vai ser apresentado em partes, farei uma caracterização do positivismo comteano, visando a oferecer uma visão geral de seus princípios e fundamentos, importante para compreender a essência desta forma de pensar, ser, querer e agir; discorrerei sobre o que representa a herança da concepção e do pensamento positivista, principalmente para sociedade ocidental, levando em conta os impactos dessa concepção na idéia de progresso e desenvolvimento atuais; por fim, destacarei alguns elementos, voltados para a defesa de uma nova maneira de ser, pensar, querer e agir, em construção no mundo, na perspectiva de uma concepção nova de progresso e desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões.



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