QUEM RESPIRA MAL, COME MAL
(Samir Tuma Jr)
QUEM RESPIRA MAL, COME MAL - Respirar corretamente tem um papel importante não só na oxigenação do organismo, mas também na boa alimentação e no sono que recarrega as baterias do corpo humano.
Os Distúrbios Respiratórios do Sono (DRS) acometem de 2 a 4% da população adulta e estão intimamente ligados à obesidade. Com o aumento da massa corporal, há o aumento do esforço respiratório para trazer mais oxigênio ao organismo. "Isso leva à respiração bucal, ao ronco, à apnéia, ao sono agitado, ao despertar em pequenos intervalos de tempo e à sonolência. A conseqüência é um péssimo dia seguinte, o que reflete em todas as atividades rotineiras", observa o Dr. Levon Mekhitarian Neto, responsável pelo setor de DRS do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
Segundo ele, os especialistas têm notado uma ligação entre os DRS e a obesidade ao perceberem que quase todos os pacientes apresentam alterações faciais relacionadas à má respiração – crescimento desproporcional da língua, do palato e da úvula (campainha), deformidades da arcada dentária e mau posicionamento da mandíbula. "A mastigação é deficiente e, com isso, o bolo alimentar passa rapidamente para o estômago, diminuindo a sensação de saciedade alimentar oral – ou seja, as pessoas ficam com necessidade de ingerir mais comida, esta situação sendo constante poderá levar à obesidade."Para quem tem esse perfil, a recomendação geral é uma dieta hipocalórica, além do abandono da ingestão de bebidas alcoólicas e de sedativos antes de dormir. O tratamento pode ser clínico e/ou cirúrgico e envolve sempre vários profissionais como clínico geral, endocrinologista, cardiologista, pneumologista, dentista, fonoaudióloga e fisioterapeuta.
Três modalidades de tratamento não-cirúrgico são recomendadas atualmente, levando-se em conta a freqüência das apnéias, a presença ou não das anomalias anatômicas citadas, a fragmentação do sono e a idade, entre outros fatores. A prótese ventilatória (CPAP) consiste na aplicação de uma pressão positiva contínua por meio de um compressor de ar e máscara nasal. O aparelho intra-oral é geralmente utilizado para evitar o avanço da mandíbula e retenção da língua durante o sono, impedindo a oclusão da via aérea. O aparelho dilatador nasal (rino-stent) é confeccionado em ouro de 18k com desenho específico para se adaptar às duas narinas, mantendo-as bem abertas e garantindo um bom fluxo de ar. "Acompanhamos 40 pacientes que utilizaram o dilatador nasal e destes, 29 apresentaram grande melhora", relata o Dr. Samir Tuma Jr., responsável pelo atendimento em Medicina do Sono no Hospital do Coração. Os dois especialistas ressaltam, no entanto, que se não houver continuidade no tratamento e mudança de hábitos alimentares, o êxito nunca será total, ficando sempre entre 60% e 70%".
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