O que é hipnose
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Baseados em estudos que usam as escalas de Stanford, pesquisadores com perspectivas teóricas muito diferentes hoje concordam com vários princípios fundamentais da hipnose. O primeiro deles é que a capacidade de uma pessoa para responder à hipnose é bastante estável durante a vida adulta. No talvez mais enfático exemplo disto, um estudo mostrou que, quando reavaliados, os indivíduos estudados por Hilgard obtiveram, aproximadamente, as mesmas pontuações nas escalas de Stanford que 10, 15 ou 25 anos antes. Estudos mostraram que a pontuação de um indivíduo nas escalas de Stanford permanece tão similar ao longo do tempo quanto o QI - se não mais. Além disso, há evidências de que a suscetibilidade à hipnose pode ter um componente hereditário: gémeos idênticos têm maior probabilidade de obter pontuações parecidas nas escalas de Stanford do que gémeos não-idênticos do mesmo sexo.
A susceptibilidade de uma pessoa à hipnose também permanece coerente a despeito das características do hipnotizador: o género, a idade e a experiência do hipnoterapeuta têm pouco ou nenhum efeito na capacidade de um indivíduo ser hipnotizado. Da mesma forma, o sucesso não depende de o indivíduo estar motivado ou ser especialmente propenso. Um indivíduo muito susceptível será hipnotizado mesmo sob uma variedade de condições experimentais e terapêuticas, ao passo que uma pessoa menos susceptível não será, apesar de seus sinceros esforços. (Atitudes e expectativas negativas podem, entretanto, interferir na hipnose.)
Outros estudos também mostraram que a capacidade de ser hipnotizado não está relacionada a características de personalidade como histeria, psicopatologia, credulidade, confiança, agressividade, submissão ou imaginação. Nem os indivíduos que são hipnotizáveis com facilidade são mais sensíveis do que os outros a influências sociais como questões ambíguas ou pressões do meio. Por outro lado, ser susceptível à hipnose está relacionado à capacidade de uma pessoa concentrar-se em actividades como ler, ouvir música ou sonhar acordado.
A grande capacidade de uma pessoa ser hipnotizada sem esforço poderia em parte ser determinada pela morfologia cerebral. Em 2004, James E. Horton, da Universidade da Virgínia, e Helen J. Crawford, do Instituto Politécnico da Virgínia, mostraram com imagens MRI (ressonância magnética) que o rostro do corpo caloso era 32% maior em indivíduos altamente hipnotizáveis do que em indivíduos não susceptíveis à hipnose. Essa região do cérebro é responsável pela atenção e por inibir estímulos indesejados.
Sob hipnose, os indivíduos não se comportam como autómatos passivos, mas como pessoas que solucionam problemas e que incorporam suas ideias morais e culturais ao próprio comportamento, enquanto permanecem bem sensíveis às expectativas do hipnotizador. Não obstante, o indivíduo não experimenta o comportamento sugerido pela hipnose como algo que é alcançado de forma activa. Ao contrário, isto em geral é considerado como algo que não depende de esforço - simplesmente acontece. Pessoas que foram hipnotizadas dizem coisas como "Minha mão ficou pesada e abaixou sozinha", ou "De repente, percebi que não sentia nenhuma dor".
Muitos pesquisadores acreditam hoje que este tipo de desconexão é a essência da hipnose. Ao responder a uma sugestão, os indivíduos fazem movimentos sem consciência, não percebem a estimulação excessiva de dor ou esquecem por um certo tempo um fato conhecido. É claro que este tipo de coisa também acontece fora da hipnose - na vida quotidiana e em certas desordens psiquiátricas e neurológicas.
Usando a hipnose, os cientistas criam temporariamente, em laboratório, alucinações, compulsões, certos tipos de perda de memória, falsas recordações e ilusões, de forma que estes fenómenos possam ser estudados em um ambiente controlado.
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