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O que a hipnose não é
(Site de psicologia; composto pelo próprio)

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Quanto mais os cientistas descobrem sobre a hipnose, mais encontram evidências que contrariam certas dúvidas sobre a técnica. Uma dessas hipóteses é a de que a hipnose seria motivada por uma imaginação vívida, mas isso não parece se verificar. Muitas pessoas imaginativas não são hipnotizáveis, e nenhuma relação entre as duas capacidades foi determinada. A questão sobre a imaginação vem do fato de que muitas pessoas que são hipnotizáveis podem ser levadas impulsivamente a experimentar alucinações auditivas e visuais realistas. Mas um estudo que usa a tomografia de emissão de pósitrons (PET) - que também mede o metabolismo - mostrou que diferentes regiões do cérebro são activadas quando um indivíduo imagina um som, mais do que quando tem uma alucinação sob hipnose. Em 1998, Henry Szechtman e colegas, da Universidade McMaster, em Ontario, usaram as imagens PET para mapear a actividade do cérebro em indivíduos hipnotizados que, convidados a imaginar um cenário, experimentaram uma alucinação. Os pesquisadores observaram que a alucinação auditiva e o ato de imaginar um som são auto-gerados e que, como a audição real, uma alucinação é experimentada como se viesse de uma fonte externa. Através do monitoramento do fluxo sanguíneo nas áreas activadas durante a audição e a alucinação auditiva, mas não durante a simples imaginação, os pesquisadores buscaram determinar em que lugar do cérebro um som proveniente da alucinação é erroneamente "registado" como autêntico e originário do mundo exterior. Szechtman e seus colegas mapearam a actividade cerebral de oito indivíduos muito hipnotizáveis que tinham sido pré-selecionados por sua capacidade de ter alucinações sob hipnose. Durante a sessão, os indivíduos estavam hipnotizados e deitados no PET scan com os olhos cobertos. A actividade cerebral foi monitorada de acordo com quatro condições: 1- em repouso; 2- enquanto ouviam uma gravação com uma voz dizendo "O homem não falava muito, mas quando o fazia era valioso ouvir o que ele tinha a dizer"; 3- enquanto imaginavam ouvir a voz novamente; e 4- durante a alucinação auditiva que eles experimentaram depois de serem induzidos a acreditar que a fita estava tocando mais uma vez, embora não estivesse. Os testes mostraram que uma região do cérebro chamada córtex cingulado anterior direito mantinha-se igualmente activa enquanto os voluntários tinham alucinação e enquanto ouviam de fato o estímulo. Em contraste, aquela área do cérebro não era activada enquanto os indivíduos apenas imaginavam que ouviam o estímulo. De alguma maneira, a hipnose havia induzido esta área do cérebro a registar a voz proveniente da alucinação como real. Outra dúvida levantada pelos críticos da hipnose se refere à sua capacidade para neutralizar a dor. Os cépticos argumentam que tal efeito é resultado de puro relaxamento ou de uma reacção a placebo. Mas uma série de experiências negaram estas explicações. Em um clássico estudo de 1969, Thomas H. McGlashan e seus colegas da Universidade da Pensilvânia descobriram que, para pessoas pouco hipnotizáveis, a hipnose era tão eficaz na redução da dor quanto uma pílula de açúcar que havia sido apresentada a elas como um poderoso analgésico. Mas indivíduos altamente hipnotizáveis beneficiavam-se três vezes mais da hipnose do que do placebo. Em outro estudo, de 1976, Hilgard e sua colega de Stanford Éva I. Bányai observaram que certos indivíduos eram susceptíveis a sugestões hipnóticas tanto pedalando de forma intensa bicicletas ergométricas quanto em estado de repouso. Em 1997, Pierre Rainville da Universidade de Montreal e seus colegas planejaram determinar quais estruturas cerebrais são responsáveis pelo alívio da dor durante a hipnose. Eles tentaram localizar as partes do cérebro associadas ao componente de sofrimento causado pela dor, como actividade distinta de seus aspectos sensoriais. Usando imagens PET, os cientistas descobriram que a hipnose reduziu a actividade do córtex singulado anterior - uma área relacionada à dor - mas não afectou a actividade do córtex somato-sensorial, onde as sensações de dor são processadas. Apesar dessas descobertas, os mecanismos subjacentes ao alívio hipnótico da dor ainda são pouco compreendidos. O modelo preferido pela maioria dos pesquisadores é que o efeito analgésico da hipnose ocorre em centros mais altos do cérebro, diferentes daqueles que são responsáveis por registar a sensação de dor. Isto explicaria o fato de que a maioria das respostas autónomas que em geral acompanham a dor - como o aumento dos batimentos cardíacos - permanece quase inalterada pelas sugestões hipnóticas de analgesia. Mas as pessoas não poderiam estar fingindo que haviam sido hipnotizadas? Dois estudos decisivos contradizem tais suspeitas. Numa experiência inteligente de 1971, intitulada o Hipnotizador Desaparecido, Frederick Evans e Martin T. Orne, da Universidade da Pensilvânia, compararam as reacções de dois grupos de indivíduos: um composto por pessoas que eles sabiam ser de fato hipnotizáveis e outro formado por indivíduos que eles convocaram para simular o estado hipnótico. Um pesquisador que não sabia diferenciar os grupos conduzia o procedimento hipnótico habitual, que foi interrompido de repente por uma falta simulada de energia eléctrica. Quando o pesquisador deixou a sala para investigar o que havia acontecido, os indivíduos que fingiam pararam de representar: abriram os olhos, observaram a sala e abandonaram a encenação.



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