Por que falamos palavrão?
(Alexandre Versignassi; Pedro Burgos)
Afinal, por que falamos tanto palavrão? De onde vem essa vontade quase que incontrolável de expor nossa raiva e até mesmo espanto e alegria em forma de palavras tão chulas? Por mais absurdo que nos possa parecer, é orgânico! Acreditem! Um tanto difícil de entender porque partimos do princípio que pessoas que falam palavrões carregam o estigma de mal-educadas e dependendo de onde estejam e surgindo uma situação em que fica inevitável pronunciar aquele palavrão horrendo, as coisas ficam bem chatas, já que a primeira impressão é a que fica. Mas a ciência está aí para desvendar mais este mistério da natureza humana. Pesquisas recentes mostram que essas palavras sujas surgem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto que as palavras cotidianas e o pensamento coerente nascem na parte mais privilegiada dele, ou seja, a mais sofisticada que se chama neocórtex. Um nome bem chique, não acham? Já os palavrões residem nos porões do cérebro que recebem o nome de sistema límbico, onde reside nossa parte animal. Esse nome não vos lembram algo? O limbo, para onde as almas vão expiar seus pecados e ficam lá de molho. Assim também acontecem com as palavras chulas que conhecemos, elas ficam ali aguardando alguma emoção. E quando esta acontece, é a oportunidade delas se mostrarem. Nosso lado animal é manifestado através de palavrões. Às vezes falar palavrões é uma doença um tanto quanto desagradável, chamada de síndrome de Tourette na qual a pessoa tem tiques nervosos e fala palavras chulas incontrolavelmente, e em casos mais graves, de 10 a 20% dos pacientes, ficam com uma característica para lá de incoveniente, não param de falar palavrões. Isto acontece quando ocorre algum dano ao glânglio basal, parte do cérebro responsável em manter o sistema límbico comportado. Mas convenhamos que não precisa de nenhuma lesão para dizermos aquele palavrão, mesmo que seja para uma coisa inanimada, como uma pedra que tropeçamos. Então, que sentido faz xingarmos algo que não tem vida? É que nosso sistema límbico é burro, porém sincero. Ele mostra nossas primitivas emoções. Desta forma, não podemos negar nosso lado animal, porém devemos controlá-lo. Afinal, vivemos numa sociedade em que aparência e modos são essenciais.
Resumos Relacionados
- Aprendendo Inteligência
- Esgotamento Cerebral Não Existe; O Que Existe é Um Afunilamento De Emoções
- Inteligencia Emocional
- Estudos E Curiosidades Sobre O Riso
- Valor De Um Casamento
|
|