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GULAG
(Anne Applebaum)

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A História do Gulag – Um capítulo desconhecido da História Russa e da História Mundial

Lucas R Cecin

Em 1973 foi aberta ao ocidente uma janela sobre o que acontecia nas regiões remotas na União Soviética quando o russo Alexandre Soljenitsin publicou, em Paris, sua obra Arquipélago Gulag. O livro era um relato completo, documentado, de episódios vividos entre 1918 e 1956, no Gulag: a imensa rede de campos de trabalho forçado soviéticos por onde passaram, segundo o autor 66 milhões de pessoas.
Agora, quase trinta anos depois, Anne Aplebaum, com acesso a documentos recém abertos do antigo regime soviético e relatos de sobreviventes, reconstrói a história do Gulag, dando uma visão mais ampla à obra de Soljenitsin e a magnitude que foi o sistema.
O sistema de campos de prisioneiros tinha precedentes na Rússia Czarista do século XVII. Foi depois da Revolução Russa de 1917 que Gulag não parou de crescer. Em 1921 já havia 84 campos de concentração. A partir de 1929, Stalin resolveu utilizar o contingente de trabalho forçado para acelerar a industrialização. No final da década de 1930, existiam campos nos doze fusos horários da U.R.S.S. Ao contrário da idéia corrente, o Gulag não parou de crescer quando chegou ao final dos anos 1930; ao invés disso, continuou a expandir-se durante toda a Segunda Guerra Mundial e a década de 1940, atingindo seu apogeu em 1950 com mais de 470 campos e dois milhões e meio de presos espalhados pelo país.
A correspondência para com o mundo lá fora era totalmente vigiada. Quem mandava cartas para os campos o fazia exclusivamente através de caixas postais, já que o endereço dos campos era secreto. Os campos também desapareciam do mapa e brotavam em outros lugares. O número de presos girava em torno de 2 milhões de pessoas. Esse número assusta muito. Existe uma velhíssima piada soviética sobre o susto terrível que o marido e a mulher tiveram quando ouviram a batida na porta – e sobre o alívio que sentiram quando souberam que era apenas o vizinho avisando que o prédio estava pegando fogo.
Naquela época era comum detenções durante a noite. Quase tudo era considerado anti-revolucionário, os julgamentos eram feitos na hora e as pessoas eram levadas para o Gulag. A autora descreve na obra os processos de desumanização sofrido pelos presos e suas técnicas de sobrevivência. Ao relatar a história do Gulag, Anne também conta a história da União Soviética, pois os assuntos são inseparáveis. Quem administrava o Gulag era o segundo homem mais poderoso da União Soviética, pois controlava o motor da economia.
O gulag produzia tantos produtos quanto existiam na economia soviética. Fora os esforços dos prisioneiros que industrializaram a União Soviética na década de 30 e possibilitaram a União Soviética vencer a Segunda Guerra Mundial dando suporte bélico ao exército vermelho. Até mesmo o programa espacial russo foi fruto de trabalhos de presos.
O Gulag funcionava conforme as prioridades de Moscou. Fica claro porém, que o sistema nunca cumpriu o papel de reabilitar os presos que ali eram confinados. Os presos eram considerados peças de uma máquina; o motivo primordial do Gulag era econômico. Como a autora mostra, os campos eram por natureza improdutivos e propensos ao desperdício; pior ainda, não davam lucro.
O Gulag foi ao colapso na década de 80, porém sua existência está viva nos arquivos soviéticos e na memória dos sobreviventes. Produziu cultura e até uma linguagem própria. Demorou, mas a União Soviética percebeu que o trabalhador livre sempre será mais eficiente que um trabalhador escravo.



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