Ser franco no Amor
(Joan Borysenko)
"As pessoas querem servir os outros e não desejam ser egoístas. Mas se você não servir a si mesmo estará sendo egoísta, porque nunca vai conseguir se ligar amorosamente a um círculo mais amplo, e muito menos a outra pessoa." É uma lei inviolável. E isto é o que ela tem de melhor: o que você dá, você recebe. Há pouco tempo, fui à festa de casamento de uma amiga. Aos quarenta e poucos anos, ela estava a casar pela primeira vez e, com o optimismo típico dessas ocasiões, esperava que fosse a única. Éramos mais de dez mulheres e alguém teve uma ideia de que gostei muito: cada uma devia comentar os aspectos que, em sua opinião, fossem os mais críticos num relacionamento amoroso. Foi fascinante ouvi-las - umas sérias, outras engraçadas, outras muito irreverentes - enquanto pensava no que diria quando chegasse a minha vez. O que eu tentei dizer foi o seguinte: "Um dos aspectos mais importantes em um relacionamento amoroso é a gratidão pelo parceiro - ou parceira -, pelos dons que ele - ou ela nos dá." Além de tomar consciência dessa gratidão, devemos expressá-la. É de vital importância agradecer constantemente às outras pessoas por todos seus gestos e actos amorosos. Essa atitude se enquadra no que chamo de "não considerar nada como natural", como se nos fosse devido. Acolher cada gesto de bondade ou ato generoso como um presente. Basta reconhecê-lo como tal: "Ah, você está me dando um presente." E agradecer por ele. Temos que estar atentos para o fato de que o amor é um dom. Ao recebê-lo, basta dizer "Obrigado", "Fico grata". É extremamente simples, mas muito valioso. Outro aspecto da troca de amor é a importância da honestidade e da comunicação permanente. Porque, muitas vezes, o que parece amor não é amor. Aceitar a agressão do outro sem reclamar, em nome do amor, é desrespeitar o parceiro, à medida que deixamos que desenvolva atitudes que são negativas para ele mesmo. Além disso, por menos que queiramos, vamos acumulando queixas, animosidade, ressentimento, até não aguentarmos mais e explodirmos. Esse "lixo" acumulado fecha a estrada por onde circula a troca do amor. Para manter aberto e claro o canal da comunicação, é preciso vontade firme para falar sobre assuntos delicados. Isso não é fácil. É complicado dizer coisas que provavelmente irão desagradar quem vai ouvi-las. Isso é amor? É, sim. E quanto menos tempo entre a certeza de que é preciso falar e a própria conversa, melhor. Não se trata de agredir de volta, mas de denunciar uma situação que prejudica o amor. E de fazê-lo em nome do amor, porque queremos mantê-lo e porque desejamos o bem tanto da relação quanto do nosso parceiro. A honestidade na comunicação é uma arte que está ligada à capacidade de dar e receber amor verdadeiro. Todos nós precisamos conhecer-nos, sermos francos, administrar da melhor maneira possível nossa vida emocional. Percebo que as mulheres são em geral mais dedicadas, solidárias e generosas na doação do amor. Mas têm uma certa dificuldade em receber. Tendem a negar e esconder suas necessidades e carências, e, ao não receber o que precisam. Começam a acumular ressentimentos. Resultado final: elas se doam tanto, que parece não sobrar nada. Com sua compaixão e vontade de ajudar a todos, correm o risco de se perder ou serem manipuladas. Em workshops, frequentemente ouço este lamento: "Como é que pode? Durante a vida toda eu fui generosa, perdoei e acabei uma pessoa amarga, apática e submissa!" Costumamos ensinar um tipo de meditação que a tradição budista chama de Tonglen - a meditação do dar e receber. É um exercício de visualização. Você começa fazendo para si mesmo, pois os budistas acreditam que só quem dá primeiro a si tem condições de dar aos outros. É preciso cuidar primeiro de si. A seguir, faz em favor dos entes queridos. Depois, para as pessoas com quem você possa estar em conflito. E assim por diante, cada vez para um círculo maior de pessoas.
Resumos Relacionados
- Meditação: A Fonte Do Amor
- O Amor É Belo, Sinta-o, Viva-o!!
- As Brilhantes E Sábias Frases De Madre Teresa De Calcutá
- Segredos Do Amor
- Vida
|
|