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"O peru de Natal" (conto)
(Mário de Andrade)

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Es

O peru de Natal (conto) – Mário de Andrade
Resumido por Lual

O autor expressa a felicidade entre os seus familiares. Honestos, sem dificuldades econômicas, tranqüilos, um lar feliz.
Reuniram-se para o primeiro Natal em família, cinco meses após a morte de seu pai. Isto para amenizar a tristeza por causa do luto.
Seu pai, muito econômico, frio, seco, desprovido de qualquer emoção e gosto pelos prazeres da vida, comemorava o Natal apenas com castanhas, passas, figos após a Missa do Galo. Não lhes concedia outras regalias.
Desde os tempos de ginásio que ele tinha fama de “louco” em casa, devido o seu jeito extrovertido e travesso. Brincava, falava muito, mexia com todos. Aos dez anos, dera um beijo às escondidas, numa prima, flagrado e reprovado por sua Tia Velha a quem detestava.
Lembrando de suas Ceias reles de Natal, arrebentou com uma de suas “loucuras”:
“ – Bom, no Natal, quero comer peru.”
O espanto foi geral. A sua tia solteirona e santa, que morava com eles, advertiu que não deveriam convidar ninguém por causa do luto.
“ – Mas quem falou de convidar ninguém!...”
Na sua casa, peru era prato de festa. Nos aniversários, vinham os parentes. A mãe, a tia e sua irmã trabalhavam exaustivamente nos preparativos dos doces e salgados. Mal comiam com tanta gente. Devoravam tudo e ainda levavam embrulhinhos para os que não tinham comparecido. Comiam o resto da festa: um naco de perna de peru perdido no arroz.
Desta vez, não queria convidados: um peru inteirinho só para eles (cinco pessoas). Deveriam fazer com duas farofas, a gorda com miúdos, e a seca, douradinha com bastante manteiga. O papo com a farofa gorda, ameixas pretas, nozes... como o da casa da Rose, e queria também, cerveja bem gelada. Ficaram desconfiados: Onde aprendera receita tão gostosa? Entreolharam-se sorrindo, ávidos de desejo de também fazer aquela loucura.
E assim fizeram. Após a Missa do Galo, aconteceu o seu mais maravilhoso Natal naquela casa de burgueses modestos. Quando já estavam para apreciar as amplas fatias de peito de peru, a mãe desabou a chorar, lembrando-se do marido. E assim, seguiram-se a tia e a irmã. Ficou furioso: “Diabo de família besta que via peru e chorava!” Esforçaram-se para sorrir, mas não conseguiram. A figura cinzenta do pai estragara o Natal.
Passaram a comer calmamente, num silêncio lutuoso. Fez um elogio ao prato, e em resposta:
“ – Só falta seu pai...”
Chegou a odiar o próprio pai. Mas para apaziguar a situação fingiu tristeza e, concordando com eles, acrescentou que ele deveria estar muito feliz vendo-os lá de cima, tão unidos em família.
Por fim, todos ficaram animados, comendo gulosamente. O pai agora, estava lá no seu lugar, como uma estrelinha no céu, e o único morto ali era o peru, que tanto apreciavam. Concluindo a Ceia, alegres, sai e vai se encontrar com Rose para um brinde com champanha. Essa noite de Natal foi verdadeiramente divina!



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