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A calda
(Ishbel Dunley)

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Tal fato ocorreu com minha mãe, em uma de suas viagens a Petrópolis. Com jeito alegre relatou o fato que se tornou gostoso de ser ouvido. O ônibus pesado, com cheiro de óleo, já cansado de tanto subir e descer a serra, seguia seu destino levado pelo motorista de ar íntimo para alguns passageiros e matreiro para outros. A situação de se estar preso a um assento, sem se poder usar a liberdade de uma melhor posição ou de se abrir generosamente a janela e de fecha-la, ou de ficar de pés, caminhar etc, leva à maioria das pessoas a observação de seus companheiros de jornada, ou a uma leitura e até adormecer como se procurasse esquecer e vagar.Observa-se alguns encolhidos como conchas, apertados em sí próprios, outros cheios de embrulhos e sacolas, suados, apavorados, tensos; há o tipo que se esparrama como "só eu existo", os do papo : -"O ônibus hoje está lotado, né?", ao que alguns simplesmente rosnam: -"É'', e outros que prolongam uma conversa animada até a chegada. E, assim, cada um segue, levado por um sonho ou uma responsabilidade. Nesta viagem, num dado momento, já lá pela serra, minha mãe nota em ruído, como um pingo: pló, pló..., e ela curiosa, olha e olha e surpresa vê que, da maleira acima do banco da frente, qualquer coisa pingava e pingava. Abaixo, uma senhora gorda, carregada de malas e embrulhos , sendo que alguns na dita maleira. E mamãe;-"Parece calda de doce!" Ao lado da dita senhora, um bem trajado cavalheiro: terno, gravata, maleta, dormia, e o pingo a pingar sôbre seu ombro parecia insistir em tira-lo de seu sono reparador. Ele era "pura calda". E mamãe:-"Moço, seu terno está molhado de calda." E a senhora, rapidamente: -"Nossa, meu doce de ameixa!" -"E agora...?" disse o homem. E o motorista:-"Fica em pé, que ela escorre."Risada geral. E assim, tristemente de pés, seguiu o "homem da calda" até Petrópolis a lhe escorrer açucar pelas calças, meias, sapatos etc, até seu destino que só Deus sabe como...se amargo adocicado ou doce amargurado.



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