As vidas de Chico Xavier
(Marcel Souto Maior)
No século XIX a humanidade recebia o consolador prometido por Jesus, trazido pelo Espírito de Verdade e codificado como Doutrina Espírita. No início do século XX, nós brasileiros tivemos a honra de receber o maior e mais prolífico médium do mundo. Tinha mediunidade vidente, audiente, psicógrafo, psicofônico, de tato, de cura e também fazia desdobramentos. Escrevia da direita para a esquerda. Folheava algumas páginas de um livro e era suficiente para ele saber a história inteira. Desde a mais tenra idade tinha visões, ouvia vozes e já trazia notícias dos parentes desencarnados. Aos dezessete anos começou seu trabalho mediúnico na cidade mineira de Pedro Leopoldo, depois mudou-se para Uberaba. Ali chegavam caravanas de todo o país, todos corriam para o medianeiro do plano espiritual. Eram doentes pedindo a cura, aflitos rogando consolação, curiosos pediam esclarecimentos, ateus queriam obter a fé, e, mães, muitas mães desesperadas por notícias de seus filhos mortos. Trabalhava noite e dia, mas atendia a todos. Foram milhares de mensagens consoladoras, que recebia de mortos querendo comunicar-se com seus parentes na terra. Ele fechava os olhos e escrevia mensagens de amor, compreensão, tolerância. Em seus mais de 500 livros psicografados, foi o principal responsável pela transformação do Brasil no maior país espírita do mundo. O dinheiro arrecadado com os direitos autorais, foi quase que totalmente revertido em favor dos necessitados. O mais sublime livro que escreveu foi o exemplo de amor que deixou gravado no coração de todos que tiveram acesso às obras que escreveu.Teve uma vida de humildade, renúncia e trabalho totalmente dedicado ao próximo. Na infância, a mais absoluta miséria, depois as doenças que se abatiam sobre ele. Ele viveu resignado, suportou a dor sem sofrer, sem se queixar, tinha sempre uma palavra amiga, consoladora, trazia sempre um sorriso nos lábios. Seu nome, Francisco Cândido Xavier, ou será que deveríamos tê-lo chamado, Caridade?
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