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O Preconceito de cor
(Clóvis Moura)

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Escreva seu resumo aqui..Há uma espécie de preconceito espontâneo em
relação a tudo que é diferente ou desconhecido. É preciso "des-preconceituar",
na igreja oficial, a maneira de ver a religião do povo, mesmo aquilo que
pareça estranho ou esquisito ao "modus vivendi" oficial. Na igreja oficial,
ainda encontramos cientistas, padres e outros que impõem seu modo de
pensar e sentir como norma a todos. Riem dos “outros” ou ficam com
dó. E isso atrapalha o processo da inculturação. É preciso entender a
manifestação religiosa popular em sua gênese, em suas razões, em seus
mecanismos de resistência. A religiosidade popular é a vida e
a religião dos pobres e não pode ser reduzida à raridade, ao pitoresco, ao
curioso, ao folclórico.


Em 1953, num festival internacional de
folclore, em Nice na França, o papa Pio XII advertiu os presentes quanto
ao perturbado conceito do folclore considerado por muitos mera sobrevivência
dos tempos passados, “digna sem dúvida de ser posta em evidência em ocasiões
excepcionais, mas sem grande interesse para a vida de hoje. (...) O fato de
esta idéia se encontrar bastante espalhada denuncia uma das mais lamentáveis
conseqüências do século presente”.[1]

A ciência teológica ainda não dispõe
de uma linguagem conceitual capaz de abordar, com segurança e sem
preconceito, assuntos como: os antepassados e as almas, as
simpatias, o transe, a adivinhação, a tradição
oral, a revelação divina nas matas ou nas águas, a folia, a dança ritual, as
promessas e os ex-votos, a experiência religiosa do negro e do índio,
a lavagem do Bonfim.

Há os que entendem a religiosidade popular
como "a religião dos que só entram na igreja carregados: no batismo, na
primeira comunhão, no casamento e no enterro". Outros afirmam: "O povo tem
religiosidade, mas não tem uma fé comprometida". Há quem diga: "A
religiosidade popular é uma religião cega que não tem nada de bom para dar
ao povo a não ser superstições". Outro preconceito seríssimo ouvido
na semana santa: “O povo tem fé no Senhor Morto e não acredita na
ressurreição”. Além disso, a religiosidade popular seria “milagreiro”, “pietista”,
“conformista”, "individualista".


É um erro achar que a religiosidade, o
folclore e toda a cultura popular não devem mudar e que precisam ser
protegidas e conservadas em seu estado original e puro. Pensando bem, a
cultura do pobre é sua vida. A cultura e a religiosidade popular são
dinâmicas e mudam constantemente. O protagonista da mudança é o próprio povo
livre, consciente e resistente.



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