PARÓDIA, PARÁFRASE & CIA
(Afonso Romano Sant’Anna)
PARÓDIA
Considerações iniciais
A epopéia, gênero que na Antigüidade servia para apresentar os heróis nacionais no mesmo nível dos deuses, sofria agora uma degradação. A tragédia e a epopéia eram gêneros reservados a descrições mais nobres, enquanto a comédia era o espaço da representação popular.
Significados
O dicionário de literatura de Brewer, por exemplo, nos dá uma definição curta e funcional: “paródia significa uma ode que perverte o sentido de outra ode”. A ode era um poema para ser cantado, a origem, portanto, é musical. Em literatura acabaria por ter uma conotação mais específica. Shipley, no seu dicionário de literatura, discrimina três tipos básicos de paródia: a verbal, a formal e a temática.
Modernamente a paródia se define através de um jogo intertextual.
Paródia e estilização: paralelos
É conveniente transcrever trechos de dois textos, um de Tynianov e outro de Bakhtin, assinalando assim a coincidência de seus pensamentos.
a) Tynianov: “a estilização está próxima da paródia. Uma e outra vivem de uma vida dupla: além da obra há um segundo plano estilizado ou parodiado. Quando a estilização tem uma motivação cômica ou é fortemente marcada, se converte em paródia”.
b) Bakhtin: “com a paródia é diferente, o autor emprega a fala de um outro; as vozes na paródia não são apenas distintas e emitidas de uma para a outra, mas se colocam, antagonísticamente. É possível parodiar o estilo de um outro em direções diversas, aí introduzindo acentos novos, embora só se possa estiliza-lo, de fato, em uma única direção”.
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