Aspectos éticos da Psicoterapia
(José Otávio de Freitas Júnior)
Aspectos Éticos da Psicoterapia
Neste texto bem discutível, o autor situa primeiramente a prática da psicoterapia como atividade profissional pela qual se paga o que a aproxima de uma espécie de mercadoria inserida dentre outras nas trocas intermediadas pelo dinheiro. Indo ainda além, considera que o que se vende é um trabalho intelectual de estrutura artesanal escapando portanto da expoliação da mais-valia. Não prossegue nesta via indagando em seguida: este trabalho mercadoria é de fato científico como se denomina?
Depois de examinar a questão do ponto de vista metodológico basenado-se em Wysenck, conclui que negar o status de atividade científica da psicoterapia não significa negar sua possibilidade de eficiência. Psicoterapia é fundamentalmente uma práxis. Baseia-se em muito conhecimento científico, mas a atividade, ela mesma, não é científica.
O problema ético apontado é o fato dela se apresentar como sendo o que não é.
Parte então para uma discussão (um tanto ao quanto vaga e discutível) onde, citando Biswanger define pela via do encontro existencial através do amor e em sentido Aristotélico, de atividade poética de criação pelo encontro e uma troca bilateral como éticamente mais defensável.
Amor falso e prostituído, profissionalizado dentro de uma estrutura alienada.
A psicoterapita pode ser um meio de controle da conduta humana. Pode ser uma violência sobre o outro?
Não seria também apenas contestação ou opção desviante de uma moral vigente num determinado meio e tempo?
Ou por outro lado não seria veículo de normas de conduta impostas como certas, boas, belas ou anormais e indesejáveis?
Marcuse é claro quandot demimcoa que as maiores ciências libertadoras de nosso tempo, Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise tornaram-se instrumentos poderosos e eficazes de supressão.
Finaliza lembrando Bertrand Russel, que o autor considera da maior pertinência para cada momento da ação de todo psicoterapeuta: “Com respeito a cada forma de atividade humana é necessário que se faça de vez em quando a pergunta: quais são o propósito e o ideal; de que maneira contribui para a beleza da existência humana?”
JUNIOR, José Otávio de Freitas. Aspectos éticos da Psicoterapia, Revista Coleção Conscientia. N.3. Ed. Vozes, Petrópolis, 1975.
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