Grávidos e felizes
(Mônica Brandão)
Quem disse que gravidez é uma exclusividade feminina? Homem também engravida. Não na barriga, mas na cabeça. Ainda existe, lógico, aqueles que agem como se nada de diferente estivesse acontecendo. Um número cada vez maior, no entanto, quer ser mais ativo nos nove meses. Eles se envolvem (não perdem um ultra-som), dão palpites (no modelo do carrinho), fazem planos (meu filho vai se formar em Harvard!) – e, claro, criam muitas planilhas de custo. O que não se costuma levar muito em consideração é que, embora não seja protagonista, o “grávido”, também sofre uma profunda transformação nas 40 semanas. Tem angustias, inseguranças e medos. E, o pior, normalmente esses medos ocorrem de maneira e ritmo diferente dos da parceira. Conclusão: grávidas esperam uma coisa e os maridos geralmente vem com outra. Pode parecer estranho, mas a falta de sintonia é completamente normal. O segredo é assumir que homens e mulheres não pensam igual e por isso terão expectativas diferentes. Mas um complementa o outro.
Eles passam a gravidez assustados. Tudo é um grande mistério. Não é fácil para os homens estarem no papel de coadjuvantes e apenas assistirem à gestação dos filhos. A vida dos futuros pais torna-se ainda mais difícil pela falta de referências. Os pais desses pais não eram como eles querem ser, não existe um modelo a ser seguido. Esta geração está aprendendo sozinha.
O marido não é uma mulher, não sabe o que é passar alterações físicas e hormonais tão radicais. Mas mesmo sem entender, pode ficar lado a lado, ser companheiro, até rir com as mudanças de humor. Sua função é ser redutor de tensões.
Muitos escondem as angústias. Isso ocorre porque os homens têm um processo de defesa, não querem se mostrar inferiores. Preferem se distanciar da gravidez e da mulher a assumir que também possuem um lado frágil. Para dar certo, ele precisa expor os sentimentos à companheira. É uma troca muito enriquecedora.
Quando descobrem que estão grávidos, os homens dividem os sentimentos entre alegria e pontadas de angústia sobre o que lhes espera.
O que manda mesmo no início é a sensação de que agora a vida faz algum sentido. Ele vai ser pai, provou sua fertilidade, repassou seus genes e já pode dizer que tem uma família.
1º trimestre:
- Choque ou surpresa ao receber a noticia;
- Sensação ou noção de formar uma família;
- Desafio de se adaptar às mudanças de humor da mulher grávida.
2º trimestre:
- Preocupação financeira e dúvidas em relação a dar conta de cuidar da família;
- Necessidade urgente de planejar o futuro do filho;
- Ciúme da atenção que a esposa passa receber;
- Interação com o bebê em forma de conversas e compras de presente;
- Expectativas sobre como ficará a aparência da mulher e a vida sexual.
3º trimestre
- Preocupação e cuidados com a saúde da mulher e do bebê;
- Interesse pelos procedimentos médicos e detalhes do parto;
- Planejamento prático: o melhor caminho para maternidade, as providências com o plano de saúde e com o parto.
Acredite, tudo isso ficará para trás assim que o pai (tenha ele a profissão que tiver) trocar seu primeiro olhar com seu filho. Ele vai se sentir um verdadeiro super-heroi. Como no filme Os Incríveis.
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