A crise da advocacia no Brasil
(Ivonei Calado (resumo do livro do professor Roberto Aguiar))
A CRISE DA ADVOCACIA NO BRASIL
Segundo o autor, hoje existe um apartheid social no Brasil que trás conseqüências negativas ao mundo jurídico. Ressalta uma prestação jurisdicional distante da população e formalista em demasia. Por outro lado, revela um curso de Direito superficial e genérico, desvinculado dos fenômenos que ora ocorrem na sociedade, formando advogados que não interagem de forma comprometida no sentido de promover a justiça social.
Esse generalismo que permeia o curso de Direito carrega consigo profissionais alienados que terminam reproduzindo um sistema ultrapassado que não atende aos interesses da população em geral, porém, beneficia àqueles mais privilegiados. O bacharel que tem condições financeiras pode se especializar tornando-se, inclusive, “doutor”, e provavelmente, defenderá grandes empresas ou causas que lhe dará um lucro financeiro substancial. Ele terá o que chamamos de ascensão social. Para aqueles que não podem se especializar, uma dura jornada os espera. Não tendo aprofundamento no conhecimento, ficarão à “margem do sucesso”, pois a qualificação profissional é imprescindível para o bom desempenho profissional.
A mercantilização do ensino é um problema sério no país. Não basta apenas ter um diploma. Ele pode lhe dar o título, mas não a propriedade do saber. É necessário mais que um currículo com inúmeras disciplinas. É fundamental dar corpo e vida às aulas voltando os conteúdos para a interdisciplinaridade. O estudante, além de ler, deve discutir criticamente, inovar, reconstruir e buscar novos paradigmas dentro e fora da sala de aula. O professor, em contra partida, deve levar o discente a problematizar inúmeras situações, ser um mediador do conhecimento, além de desafiar e provocar o aluno.
O Brasil passa por mudanças industriais e tecnológicas. Ninguém pode ficar alheio a esse processo. Muito menos o advogado. Devido a essas transformações, são geradas novas relações entre o capital e o trabalho. Nesse quadro, o profissional tem que se definir ideologicamente. A quem eu vou servir? A partir desse questionamento, o operador do Direito passa a ser um divisor de águas, no momento em que ele se define como alguém que poderá intervir no sentido de mudar a realidade, ser politizado, comprometer-se com a justiça buscando constantemente o novo, exercendo sua cidadania paralelamente à sua profissão. Ou pode ser um advogado neutro, que segue todos os trâmites legais sem questioná-los, que não provoca mudança, e que, com essa visão limitada, não constrói a história.
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