PERTURBAÇÕES DA MOTILIDADE ESOFÁGICA
(katraka)
As perturbações da motilidade esofágica podem ser primárias ou secundárias.
PERTURBAÇÕES PRIMÁRIAS DA MOTILIDADE ESOFÁGICA:
1- ACALÁSIA: na acalásia o defeito funcional é a aperistalse e o achado manométrico principal é a ausência de peristalse distal (essencial para o diagnóstico).
2- ESPASMO DIFUSO: no espasmo difuso o defeito funcional consiste na incoordenação motora. O achado manométrico de peristalse intermitente e de contracções simultâneas maiores que 30 mmHg em 20% das deglutições ou mais, é essencial para o diagnóstico.
ESÓFAGO "QUEBRA-NOZES": no esófago em "quebra-nozes" o defeito funcional consiste em hipercontractilidade. À manometria verifica-se uma amplitude da peristalse distal aumentada, com valores superiores ou iguais à 180mmHg.
ESFINCTER ESOFÁGICO INFERIOR HIPERTENSIVO: no EEI hipertensivo o distúrbio da função também é a hipercontractilidade. O achado de uma pressão basal do EEI maior que 45mmHg à manometria esofágica, é essencial para o diagnóstico.
MOTILIDADE ESOFÁGICA INEFICAZ: na motilidade esofágica ineficaz há hipocontractilidade e pode ser secundária à doença do refluxo gastro-esofágico.
EEI HIPOTENSIVO: o EEI hipotensivo também cursa com hipocontractilidade e o achado manométrico de uma pressão basal inferior à 10mmHg, é essencial para o diagnóstico.
PERTURBAÇÕES SECUNDÁRIAS DA MOTILIDADE ESOFÁGICA:
ESCLEROSE SISTÉMICA: na esclerose sistémica encontramos à manometria, perda da peristalse distal, pressão baixa no EEI (abaixo de 10 mmHg), normalidade do esófago proximal EES.
DOENÇA DAS CHAGAS: na doença das chagas há peristalse distal ausente.
DIABETES MELLITUS: na diabetes mellitus há várias anomalias motoras no corpo do esófago.
PSEDO-OBSTRUÇÃO INTESTINAL CRÓNICA IDIOPÁTICA: na pseudo-obstrução intestinal crónica idiopática há perda da motilidade esofágica distal.
DOENÇA DO REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO: na DRGE os achados manométricos consistem em motilidade ineficaz e EEI hipotensivo.
Deve levantar-se suspeitas de distúrbio motor esofágico nos doentes com queixas de disfagia, dor torácica e odinofagia. É importante descartar uma causa orgânica para a disfagia com base na endoscopia ou radiologia.Em relação à dor torácica, deve eliminar-se emprimeiro lugar, a sua origem cardíaca. A odinofagia (deglutição dolorosa) ocorre raramente nas perturbações primárias da motilidade esofágica, implicando a procura de outras causas: infecção, agressão de fármacos, DRGE.A manometria esofágica é fundamental para definir a presença e o tipo de distúrbio motor.
Bibliografia:Diniz de Freitas:Doenças do Aparelho DigestivoC. Alves Pereira:Cirurgia, Patologia e Clínica
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