Resumo de Tensão Pré-Menstrual (TPM)

A tensão pré-menstrual (TPM) ainda carece de definições mais precisas para melhor caracterizar seus sintomas e o nível de gravidade dos mesmos, de forma que justifiquem a necessidade de tratamento e apontem quais são mais eficazes. Embora apresente alta incidência entre as mulheres (10% a 90%) e grande número de sintomas associados (mais de 200), a grande maioria das portadoras (80%) melhoram com ingestão de comprimidos sem nenhuma acção farmacológica, ou seja, um amplo efeito placebo foi constatado para a TPM. A frequência desse quadro é variável nas diferentes culturas, prevalecendo na ocidental: existe uma forte tendência das mulheres de cultura ocidental em associar sintomas negativos ou desagradáveis à fase pré-menstrual, mesmo que estes também ocorram nas demais fases do ciclo menstrual. É interessante notar que sintomas positivos, como maior desejo sexual ou disposição para o sexo, também podem ocorrer no período pré-menstrual, o que foi verificado em estudo realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo, com 513 mulheres (estudantes universitárias da USP) com ciclos menstruais regulares. Neste estudo, 15% delas apresentaram sintomas positivos e cerca de 84% apresentaram pelo menos um sintoma prejudicial na fase pré-menstrual, o que sugeriria o diagnóstico de TPM. A partir de 1987, teve início uma nova proposta de definição para uma forma mais grave de TPM, denominada Transtorno Disfórico da Fase Lútea Tardia, na qual predominam sintomas psiquiátricos, principalmente relacionados à depressão e à ansiedade. Em 1994, o DSM-IV mudou este nome para Transtorno Disfórico Pré – Menstrual. O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual acomete um subgrupo de mulheres com TPM que apresentam maiores índices de prejuízo e de sofrimento. Segundo o estudo do Dr. Chei Tung (2001), aproximadamente 18% das universitárias da USP apresentam Transtorno Disfórico Pré-Menstrual. Este é um dado provisório, já que não foi feita a confirmação prospectiva por avaliação diária dos sintomas. No entanto, algumas pesquisas já comprovam que o uso de anti-depressivos, como sertralina e fluoxetina, é eficaz no tratamento de mulheres portadoras de TPM. Conclui o autor que o diagnóstico de Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, apesar de ser gradualmente aceite nos meios científicos, ainda não é unânime, sendo considerado (pelo próprio DSM-IV) como proposta diagnóstica a ser confirmada em futuros estudos.

Resumos Relacionados