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Os emigrantes
(Rodriguez)

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Lembro-me sempre com alguma saudade dos tempos em que fui emigrante no Luxemburgo. A vida lá é fria, muito fechada, mas tem um encanto diferente, algo que não se consegue explicar muito bem, tipo um sentimento de se estar num mundo completamente estranho, que ao mesmo tempo é nosso e nos parece muito familiar. Os emigrantes portugueses neste pequeno país são, numa primeira vaga, oriundos de classes baixas, quase analfabetos, que emigraram há mais de 30 anos e nem tempo tiveram para ir à escola. Sinto um profundo respeito por eles, lutadores que partiram, com ou sem mala de cartão, e que hoje em dia têm muitas malas metálicas e carros de alta cilindrada, depois de terem, é claro, uma família (filhos) já completamente luxemburguesa, essa sim mais culta, mas não menos aculturada, digamos assim. A ter que escolher entre conviver com os emigrantes da 1ª vaga e os seus descendentes, creio que prefiro claramente os primeiros, e explico porquê. Eles têm um sentido de humor rude e genuíno, puro e rústico que, denunciando algum défice de conteúdo, tem todavia uma sapiência proverbial. Além disso, demonstra – o sentido de humor, que tão depressa se transforma em estilo de vida – claros sinais de uma estagnação temporalmente longínqua. É como se os emigrantes tivessem parado no tempo, no que a piadas diz respeito, desde que saíram de Portugal. O tempo passou, desde Raul Solnado e Max, até aos Gato Fedorento, passando pelo incontornável Herman José (o maior de todos os tempos) ou Nicolau Breyner. Os emigrantes parecem ter ficado pelo Solnado, ou se evoluíram, ficam-se pelos Malucos do Riso. Enfim, esta não é uma análise depreciativa, longe disso. Reconheço as dificuldades por que passam os emigrantes e louvo a sua capacidade de adaptação e espírito de sacrifício. Não posso todavia deixar de achar um piadão aos bigodes farfalhudos; às camisas clássicas às riscas verticais; aos carros de enorme cilindrada com o emblema do Benfica pendurado no espelho (ou a N. Sra de Fátima) e os 10 cachecóis por cima do banco de trás; à música do Tony Carreira a bombar no auto-rádio; e, principalmente, à Língua Portuguesa por eles usada. A Língua, meus amigos! Isto dava pano para mangas: desde os “greniers” até às “poubelas”, passando pelas “auto-rutes”… enfim, o melhor é consultar o dicionário do blog. É com enorme agrado portanto que homenageio neste blog o emigrante português no Luxemburgo, agradecendo desde já ao nosso novel correspondente nesse grande país, o meu grande amigo Ricardo (CC para os amigos, adivinhem de que são as iniciais…) que me facultou a história real que passo a reproduzir: « Alguém sabe onde se encontram muitos tugas depois de vergarem a mola? - Pois claro, num café portuga qualquer da Route D’Arlon a buer uma m ine para descontrair dos nervos que o colega de trabalho lhe deitou quando ele não lhe trouxe a massa a tempo... Acontece que por entre mines e tremoces – e às vezes Bofferdings, porque os portugas também sabem ser cosmopolitas - acontecem muitas vezes conversas profundas acerca de questões sociais. Esta é uma delas, captada pelo famoso repórter do jet seven emigrantês, Tó Orelhas (ouvia de caralho): - Delfino: - Pois... - Batoneiras: - Pois... num país afamado como o Muxemburgue, cheio de espécies de raças, não percebo, ainda fazem diferenças a um gaijo!!! - Delfino: - Pois... - Batoneiras: - Se um gaijo é apanhado pelo bófia tem que pagar logo a multa, se não tiver recebido a peia, o guito, fica lá o carro!! - Delfino: - Pois... são uns racistas! - Tó Orelhas: - Oh, foda-se, bota aí mais um fino, chérie!!! »



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