BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Novos Ensaios, Livro III As palavras.(capitulo I)
(LEIBNIZ)

Publicidade
LEIBNIZ, G. Wilhelm. Novos Ensaios. Tradução de Luiz João Baraúna. 1º ed. São Paulo, Abril S.A. Cultura e Indústria, 1974, XIX. Livro III, pág. 167-238. (Os pensadores). LIVRO III. AS PALAVRAS. CAPÍTULO I As palavras ou a linguagem em geral. Deus criou o homem uma criatura sociável, e para tal outorgou-lhe a faculdade de falar, faculdade esta que constitui o instrumento e o laço comum da sociedade. É daí que provêm as palavras, as quais servem para representar, e até para explicar as idéias. No que concerne aos órgãos, os símios os possuem, aparentemente, tão aptos quanto nós para formar a palavra, e, no entanto não há nesses animais qualquer indício de palavra. Cumpre, outrossim, considerar que se poderia falar, isto é, fazer-se ouvir pelos sons da boca, sem formar sons articulados. Contudo, seria necessário possuir mais arte para inventar uma linguagem dos tons, a linguagem das palavras foi formada e aperfeiçoada progressivamente por pessoas que vivem na simplicidade natural. Outros símios possuem o órgão sem formar palavras, pode-se dizer que os periquitos e alguns pássaros possuem as palavras sem possuir a linguagem, pois se pode educar esses pássaros a formarem sons bastante distintos, e, todavia não são absoluto capazes de falar uma língua. Só o homem é capaz de utilizar esses sons como sinais de concepções interiores, para que assim possam ser manifestados aos outros. A linguagem serve também ao homem para raciocinar por si mesmo, permitindo-lhes lembrar dos pensamentos abstratos, seja pela utilidade que se encontra, ao raciocinar, em servir-se de caracteres e pensamentos surdos. A multiplicação das palavras teria confundido o uso das mesmas em caso de que fosse necessária uma palavra diferente para designar cada coisa particular, a linguagem foi aperfeiçoada anda pelo uso dos termos gerais, quando estes significam idéias gerais. Os termos gerais não servem somente para a perfeição das línguas senão que são necessários para a constituição essencial das mesmas. Se pelas coisas particulares se entendem as individuais, seria possível falar se só houvesse nomes próprios e não houvesse apelativos. Se só houvesse palavras para designar os indivíduos, pois a todo momento voltam novas quando se trata dos indivíduos, dos acidentes e particularmente das ações, que são as que designamos com maior freqüência. Ao contrário, se pelas coisas particulares entendemos as espécies mais baixas, além de ser mais difícil determiná-las é evidente que já se trata de termos universais. E é certo que todos os nomes próprios ou individuas foram originalmente apelativos ou gerais. Existem até palavras que os homens empregam não para significar alguma idéia, mas a falta ou a ausência de uma certa idéia. As palavras que empregamos para formar ações e noções completamente distantes dos sentidos derivam a sua origem das idéias sensíveis, de onde são transferidas a significações mais raras. Nossas necessidades nos obrigam a abandonar a ordem natural das idéias, pois esta ordem seria comum aos anjos, aos homens e a todas as inteligências em geral. Esta ordem não fornece a origem das noções, mas por assim dizer, a história das nossas descobertas. É a análise das palavras que pode ensinar-nos pelos próprios nomes esta conexão ou este encadeamento, que a análise das noções não pode fornecer. E assim, os termos como imaginar, compreender, instilar etc. São todas tomadas das operações das coisas sensíveis e aplicadas a certos modos de pensar. Será bom considerar a analogia das coisas sensíveis e não-sensíveis, que serviu como fundamento para os tropos; visto que é muito vasto tal como o que é fornecido pelo uso das preposições de lugar, de distância e do movimento, e depois transferida a toda espécie de mudanças, ordens, seqüências, diferenças e conveniências. É só é possível ter uma ligação imaterial quando uma coisa seque a outra por motivos de ordem moral, dizemos que aquilo que segue os movimentos e as vontades de alguém pertence a esta pessoa ou está vinculado a ela, como se visasse a esta pessoa, para ir junto dela ou com ela. Um corpo está com o outro quando os dois estão no mesmo lugar; mediante as coisas sensíveis que nos forneceu, e continua sendo objeto de nossa memória, que está toda repleta dele. Daí que o objeto é significado pela preposição, assim como os acidentes são considerados da mesma forma, como subsistentes no sujeito. E, já que estas analogias são extremamente variáveis e não dependem de algumas noções determinadas, daí vem que as línguas variam muito no emprego dessas partículas e nos casos regidos pelas preposições, ou nas quais se encontram subentendidas e encerradas virtualmente.



Resumos Relacionados


- Novos Ensaios, Livro Iii As Palavras (capitulo 8-9)

- Novos Ensaios, Livro Iii As Palavras. (capitulo 3)

- Novos Ensaio, Livro Iii As Palavras(capitulos 10-11)

- Novos Ensaio, Livro Iii As Palavras

- Novos Ensaios, Livro Iii As Palavras



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia