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Novos Ensaio, Livro III As palavras
(LEIBNIZ)

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CAPÍTULO VI Os nomes das substancias. Os gêneros e as espécies das substancias, como dos outros seres são apenas espécies(sortes). A essência não se refere às espécies (sortes), e que nada é essencial aos indivíduos. Um acidente ou uma doença podem alterar a minha cor ou a minha estatura; uma febre ou uma queda podem privar-me do uso da razão e da memória, uma apoplexia pode reduzir-me a não ter nem sentimento nem entendimento nem vida. Se me perguntarem se pra mim é essencial ser dotado de razão, responderei que não. Há algo de essencial às substancias o agir, às substancias criadas é essencial o sofrer, aos espíritos é essencial o pensar, aos corpos é essencial a extensão e o movimento. Em outros termos, existem sortes ou espécies às quais um individuo não cessa de pertencer (ao menos na ordem natural), que são acidentas ao individuo que a elas pertence, e neste caso ele pode cessar de pertencer a esta espécie. Parece às pessoas que a vida e o pensamento cessam por vezes, embora não deixem de durar e de ter efeitos. Não utilizamos as diferenças para determinar as sortes ou espécies das coisas, e, se o quiséssemos fazer através dessas essências ou através daquilo que as escolas filosóficas denominam formas substanciais, seríamos como cegos que quisessem classificar os corpos conforme as cores. Não conhecemos sequer as essências dos espíritos, não somos capazes de formar diferentes idéias especificas dos anjos, embora saibamos bem ser necessário que haja varias espécies de espíritos. Parece também que nas nossas idéias não colocamos nenhuma diferença entre Deus e os espíritos por nenhum número de idéias simples, exceto o fato de que atribuímos a Deus a infinitude. Acredito que pelo menos existe esta analogia entre os corpos e os espíritos, a saber: assim como não existe vazio nas variedades do mundo corporal, não existirá menos variedade nas criaturas inteligentes. Ao consideramos a sabedoria e o poder infinito do Autor de todas as coisas temos razão para pensar que é algo conforme à suntuosa harmonia do universo e ao grande desígnio, bem como à bondade infinita do Arquiteto supremo, que as diferentes espécies das criaturas se elevem progressivamente desde nós até à sua infinita perfeição. Entretanto, não possuímos nenhuma idéia clara e distinta de todas essas diferentes espécies. Existem espécies possíveis, que, porém não existem, espécies que poderiam parecer ter sido esquecidas pela natureza. Todas as espécies possíveis não são compatíveis no universo, por maior que este seja, e isto não só em relação às coisas que estão associadas ao mesmo tempo, mas também em relação a toda a seqüência das coisas. Há espécies que jamais existiram e jamais existirão, por não serem compatíveis com esta seqüência das criaturas que Deus escolheu. Todavia, todas as coisas compatíveis com a perfeita harmonia do universo nele se encontram realmente. A lei da continuidade implica que a natureza não deixa vazios na ordem que costuma seguir; todavia, nem toda forma ou espécie pertence a todas as ordens. A redução das coisas a espécies se prende exclusivamente ás idéias que temos delas, o que é suficiente para distingui-las por nomes. Todavia, se supusermos que esta distinção está fundada na sua constituição real e interna, e que a natureza distingue as coisas existentes em outras tantas espécies pelas suas essenciais reais, da mesma forma como nós mesmos as distinguimos em espécie por estas ou aquelas denominações, estaremos sujeitos a grandes equívocos. Assim sendo, dois indivíduos físicos jamais serão perfeitamente semelhantes, e, o que é mais, o mesmo individuo passará de uma espécie à outra, pois jamais será em tudo semelhante a si mesmo, depois de um instante. Quanto ao interior, embora não haja aparência externa que não esteja fundada na constituição interna, é, porém verdade que uma mesma aparência poderia por vezes resultar de duas constituições diferentes: todavia, haverá algo de comum, é o que os nossos filósofos denominam causa próxima formal. CAPÍTULO VII As partículas. Além das palavras que servem para designar as idéias, temos necessidade das que significam a conexão das idéias ou as proposições. Isto é, isto não é, constituem sinais gerais da afirmação ou da negação. As partículas são de largo uso, mas não sei se a arte do bem falar reside principalmente nisto. Se alguém não pronunciasse outra coisa senão aforismos ou teses sem nexo–como se faz nas universidades, ou como nos chamamos libelos articulados entre os jurisconsultos, ou como nos artigos, que se propõem às testemunhas. A doutrina das partículas é importante, pois nada seria mais próprio para dar a conhecer as diversas formas do entendimento. Os gêneros não significam nada na gramática filosófica, mas os casos correspondem as preposições, e muitas vezes a preposição está envolvida no nome e como que absorvida nele, e outras partículas estão escondidas nas flexões dos verbos. O uso das línguas varia de maneira estranha, seria necessário entrar bem mais no detalhe dos exemplos, para determinar suficientemente as significações das partículas. Visto que, as línguas constituem o melhor espelho do espírito humano, e que uma analise exata da significação das palavras ajudaria, melhor que qualquer outra coisa, a conhecer as operações do entendimento.



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