Direito de matar
(Eraldo B. Mollulo Junior)
Direito de matar
Outro dia estava conversando com um
amigo sobre o discurso da “galera da bala”, que argumenta que ter uma arma de
fogo é um direito constitucional, é o direito do cidadão se defender e tal,
como se a arma de fogo fosse sinônimo de defesa, mas tudo bem.
No decorrer da conversa encontramos
uma analogia singular. A arma de fogo pode ser, no esquentar dos ânimos,
comparada ao cigarro. Justamente, ao cigarro, e vejamos o porque.
O cigarro é comprovadamente, uma
droga. Segunda dados da OMS, o cigarro causa por ano 4 milhões de mortes
prematuras, e estima-se que até 2030, 250 milhões de mortes estarão de alguma
forma relacionadas ao cigarro. É uma verdadeira praga, que não reconhece
situação social, nível de instrução, raça, credo ou cor... Exatamente como a
arma de fogo.
Todo cidadão tem o direito de fumar,
ninguém pode extinguir isso, cabe ao cidadão de bem decidir se quer ou não
fumar. No entanto, o cigarro não afeta somente ao cidadão de bem que o usa, mas
sim a todos que estão a sua volta, os fumantes passivos, que respiram um ar
ainda pior do que o que inala o fumante, pois o que é expelido são as toxinas
rejeitadas pelo pulmão.
A partir do momento em que o fumante
passa a infringir o direito de respirar um ar limpo, dos que estão a sua volta,
passam-se a ser taxativas as regras de contensão do uso do cigarro, pois se
vale a máxima: “seu direito termina onde começa o direito dos outros”.
Isso é comprovado pelo simples fato
de hoje em Vitória, conforme a Lei Municipal 4.357/96, ser “proibido o uso de
cigarros, charutos, cachimbos e outros derivados do fumo no interior de bares,
restaurantes e estabelecimentos públicos que possuam ambientes fechados”, sendo
passível o infrator, de multa de 1 salário, ou até suspensão do alvará de
funcionamento. Que é isso senão o respeito ao direito do próximo?
Com a arma de fogo, o raciocínio é o
mesmo. Todo cidadão de bem, tem o direito de escolha, porém este direito
termina no momento em que uma arma de fogo torna-se uma ameaça aos que estão à
volta deste “homem de bem” armado.
Comprovadamente uma arma de fogo é
uma ameaça tanto para quem a porta, quanto para quem está no raio de ação deste
“homem de bem”, pois em uma situação de descontrole, esta arma pode ser o vetor
de uma violência que causaria danos imensos a vida deste “cidadão de bem”, bem
como de outras pessoas, causando mais uma tragédia.
Portanto, em 23 de outubro vamos
responder a seguinte pergunta: “O comércio de armas de fogo e munições deve ser
proibido no Brasil?”. Suas escolhas: votar no SIM (opção 2) e dar continuidade
a um trabalho de limpeza que já está colhendo seus primeiros frutos; ou votar
no não, e continuar respirando involuntariamente o ar da poluição da vida, o ar
da droga, o ar da arma de fogo que mata um brasileiro a cada 15 minutos.
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