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A Árvore
(Sophia de Mello Bryener Andresen)

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Longe, em tempos passados, existia numa pequenina ilha do arquipélago do Japão, a mais alta e bela árvore jamais vista. Era uma árvore cuidada com muito carinho, o orgulho daquele povo.
Mas ao longo do tempo, a bela árvore cresceu demasiado. Tanto que metade da pequena ilha permanecia sempre na sua sombra. O sol já não aquecia as casas, as ruas eram tristes, as hortas estéreis, os jardins sem flor e as pessoas pálidas e constipadas.
Reuniu-se, então, toda a população em conselho, e embora consternados, tristes e assustados decidiram abater a árvore. No seu lugar plantaram cerejeiras, árvores que todos sabiam não crescer muito.
O abate da árvore foi duro e todos ajudaram. Caída ocupava a ilha inteira. Começaram a cortá-la pelos ramos e pernaltas e a madeira que daí resultou foi distribuída por toda a população, para que todos ficassem com uma recordação da árvore que tanto amavam. Restou o tronco, desejado por viajantes e armadores para a construção de barcos. Contudo o povo da ilha não se quis separar da árvore e depressa construiu a sua própria barca, esculpida e colorida com muito esmero, como é próprio dos japoneses. E foi num ambiente de festa que a lançaram ao mar. E porque a grande barca os levava em grandes passeios e possibilitava mais e melhores negócios, todos ficaram mais ricos e felizes.
Também com o passar do tempo as cerejeiras cresciam e embelezavam a ilha, de tal modo que todos os anos, na Primavera, se celebrava a festa das cerejeiras em flor. Todos compravam belos tecidos para fazer Kimonos novos de Primavera, as ruas eram animadas pelo macaquinho amestrado e pela dança do grande leão de papel ao som do rufo dos tambores e do homem que cantava:
Já dança o leão
Debaixo dos tambores
O seu bailar faz abrir
Mais depressa as flores
E assim viveram alegres durante muitos anos, sem, no entanto, esquecer a velha árvore, relembrando-a sempre com saudade.
Até que um dia, uma tragédia despontou. A madeira da quilha da barca estava a apodrecer. Todos juntos. Juntos novamente, decidiram ir às outras ilhas comprar madeira para construir uma nova barca, uma vez que não se queriam desfazer das belas cerejeiras. Não passaram muitos meses e a nova barca já estava a flutuar.
A velha barca estava já muito apodrecida, todavia, era importante para todos que dela fosse feita alguma coisa que os relembrasse da velha árvore e decidiram construir uma biwa, que é uma espécie guitarra



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