Resumo de Pioneiros das navegações - Marco Antonio Santos Cruz

PIONEIROS DAS NAVEGAÇÕES
NOS TEMPOS DAS OUTRAS VELAS

Na época do faraó egípcio Necao II, da vigésima sexta dinastia [610-595 a.C], as velas eram mais largas do que altas. No livro “O Mundo Egípcio” de Jaromír Málek; na página 51 está escrito sobre Necao II:
[...] tendo também apetrechado frotas egípcias com trirremes [barcos com três andares de remos], tanto no mediterrâneo como no Mar Vermelho, tentando mesmo ligar o Nilo àquele Mar por um canal[...].
A busca de uma rota marítima internacional, portanto, sempre foi meta de grandes governos.
Outro pioneiro dos mares foi Hanão, navegador cartaginês, um dos primeiros a passar os limites do estreito de Gibraltar e sulcar as águas desconhecidas do Atlântico entre os séculos VI-V-a.C.
Hanão foi de Cartago até o Golfo da Guiné. Sua frota era constituída de 60 navios que tinham em média 30 metros de comprimento por 3 metros de largura. O registro da expedição ficou documentado numa Estela [marco de pedra], em um templo de Cartago.
Naquela época pensava-se que o oceano separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Navegava-se sem perder a costa de vista. Fazia-se uso de velas quadradas e de remos. No cabo atualmente chamado de Cantin, Hanãolevantou um templo a Poseidon, deus do oceano. Fundou também o "Forte de Caria", atual Mogador. Eles avançavam cerca de 100 km diariamente no oceano aberto, com ventos favoráveis. Fundou a cidade de Cerne, próxima do atual Rio do Ouro.Hanão registrou assim: "Deixo aqui a maior parte dos colonos porque a terra me parece boa..." Ele chegou a contornar o Cabo Verde.
Em outra parada ouviu sons de tambores, flautas e címbalos vindos da floresta que estava incendiada. Não esperou para ver quem ou o quê era. Escreveu: “Afastamo-nos cheios de medo, e voltamos para o mar”.
Num só verão, portanto, explorou, na Costa Ocidental da África, uma extensão mais vasta do que os marinheiros do fim da idade média em 150 anos.
Outro pioneiro dos mares foi Pítias [sábio grego, astrônomo Séc. IV a.C.], levou seis anos para ir de Marselha ao "Mar do Norte" e voltar. Ultrapassou Tule, a ilha mais setentrional ao "Mar do Norte".
Com as brumas espessas e chuvas glaciais os remadores começaram a ficar enregelados. A vela ficava coberta de gelo. Na verdade eles desconheciam o gelo:
"Fomos impedidos de avançar por uma barreira que não é nem ar nem mar.” Seria a primeira observação científica registrada da forma do gelo.
Já no ano 1002, Leif Eriksson, norueguês, atravessou o oceano e descobriu a "Terra de Vinland", atual Quebec, Canadá. Suas embarcações atingiam 24 metros de comprimento por 5 metros de largura. Os mastros chegavam a 12 metros de altura. As velas eram de um tipo de lã. Leif era filho de Érik, o vermelho, que havia alcançado a Groelândia.

Fonte: ”Os conquistadores do Mar” -Serge Bertino. Livraria Bertrand.
Tupi.

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