A conta do subprime
(Marco Aurélo Marocco)
Até onde vai, ninguém sabe ao certo, mas a verdade é que a crise financeira que brotou das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos está se espalhando pelo mundo de forma rápida e surpreendente. De um lado, nota-se o esforço desesperado do governo americano, liderado pelo FED, o Banco Central do país, em proteger o sistema. De outro, estão os investidores nervosos com os sucessivos balanços negativos de instituições financeiras vítimas do calote de quem comprou casa financiada nos EUA. Até o momento, a chamada economia real ainda não foi mais amplamente atingida, até porque o mercado tradicional movimenta-se numa velocidade bem menor que o frenético mercado financeiro. O fato, porém, é que a crise dos bancos americanos, europeus e e asiáticos cria um clima de insegurança geral que leva as pessoas comuns a pensar que, se o pior está por vir, o melhor é se precaver. E é com esta visão que passam a comprar menos, fazendo com que se inicie um ciclo de enfraquecimento do consumo mundial. Menos consumo, menos vendas, menos produção, menos empregos, menos dinheiro circulando, menos desenvolvimento. Diante deste quadro sombrio que se avizinha, resta esperar que os governos dos países desenvolvidos e que os grandes conglomerados financeiros assumam seus erros e dividam entre si a conta pelo estrago causado pelo chamado subprime. Não é aceitável que a população, especialmente dos países em desenvolvimento, pague a conta por graves erros de avaliação cometidos por profissionais do sistema financeiro norte-americano. Se erraram, que consertem o erro com o menor efeito colateral possível.
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