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Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos I
(BOGDAN; R. C.; BIKLEN; S. K)

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Capítulo I – FUNDAMENTOS DA INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA EM EDUCAÇÃO: UMA INTRODUÇÃO. Inicialmente, os autores fazem um panorama do contexto histórico do desenvolvimento e estabelecimento da investigação qualitativa, citando os principais atores e episódios que marcantes e que levaram pesquisadores em educação a adotarem tal metodologia. O ano de 1954 é considerado como “ponto de viragem” da pesquisa em educação, quando o congresso americano aprovou legislação que permitia a liberação de bolsas para os programas de investigação educacional, mas não para aqueles que trabalhavam com pesquisa qualitativa, pois tais pesquisas eram consideradas marginais. Expõem os principais movimentos e evoluções no campo no decorrer do século XIX, dando ênfase ao nascimento da antropologia, da escola de Chicago e da sociologia da educação. No século XX, destacam as décadas de 30 a 50 como um hiato da abordagem qualitativa e chamam a atenção para o fato de que Freud e Piaget deveriam ser incluídos entre os criadores dessa abordagem, pois ambos se basearam em estudos de caso, observações e entrevistas em profundidade ao realizar suas pesquisas e formular suas teorias. Nesse período ocorria a depressão nos EUA, que deu origem a vários problemas e as pesquisas se voltaram à abordagem qualitativa, no intuito de documentar a natureza e a extensão desses problemas. Os autores dessas pesquisas eram escritores desempregados que se utilizavam dos métodos sociológicos. A década de sessenta foi marcada pela atenção nacional aos problemas educativos e os investigadores educacionais começaram a manifestar interesse pela estratégia de investigação qualitativa. Nesse momento as agências estatais começam a subsidiar esse tipo de investigação e os métodos qualitativos começam a ganhar terreno, principalmente pelo fato de darem reconhecimento às perspectivas dos menos favorecidos e excluídos socialmente e ao cotidiano da escola. Na década de 70 estabeleceu-se um clima de diálogo entre pesquisadores qualitativos e quantitativos. Grande número de investigadores educacionais percebeu que os métodos quantitativos não atendiam às suas necessidades e a investigação qualitativa explodiu em educação. Nos anos 80 e 90, o número de publicações aumentou. A teoria e prática feministas influenciaram bastante a investigação qualitativa, principalmente ao estudar a forma como os papéis psicossexuais influenciavam a construção do mundo, enquanto professores do sexo feminino. Rivais desta influência feminista para a investigação qualitativa nos anos 80 e 90 foram os sociólogos e antropólogos pós-modernos, que tornaram problemático o reconhecimento de determinados trabalhos como científicos. Após esse histórico os autores expõem as principais características da investigação qualitativa: 1. O ambiente natural é a fonte direta dos dados e o investigador é o instrumento principal; 2. Trata-se de uma investigação descritiva; 3. O significado tem importância vital; 4. Os investigadores tendem a analisar seus dados de forma indutiva; 5. Interessa-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados obtidos. Expõem também os principais fundamentos teóricos desse tipo de investigação. Implícita ou explicitamente, toda investigação se baseia numa orientação teórica e os bons investigadores estão conscientes de seus fundamentos e servem-se deles para recolher e analisar seus dados. A investigação qualitativa tem suas bases mais fortes na perspectiva fenomenológica. Os fenomenologistas estudam o comportamento humano e tentam compreender o significado que os acontecimentos e interações têm para pessoas comuns em situações particulares. Apesar dessa orientação fenomenológica, os investigadores qualitativos enfatizam o subjetivo, mas não negam a existência de uma realidade “exterior” que se equaciona contra os seres humanos numa resistência constante. Os autores ainda discutem o interacionismo simbólico, o qual pressupõe que a experiência humana é mediada pela interpretação e que esta se dá à medida que o indivíduo interage com o outro. Abordam o conceito de cultura como essencial para esses estudos com perspectiva fenomenológica e designam por etnografia a tentativa de descrição da cultura ou determinados aspectos dela. Posteriormente discute a etnometodologia, que não se refere ao método que o investigador utiliza, mas à matéria substantiva a ser investigada. Estuda o modo como os indivíduos constróem e compreendem as suas vidas cotidianas. Essa perspectiva influenciou muitos pesquisadores na área de educação já que não mais era possível investigar sobre a práxis do professor sem levar em consideração seu entendimento sobre o mundo que o cerca e sobre seu trabalho. Para os autores, muitos investigadores que fazem pesquisa qualitativa não se consideram fenomenologistas. Se baseiam no neomarxismo, no materialismo feminista e no feminismo pós-estruturalista e estas abordagens são frequentemente classificadas como “estudos culturais”. Essas concepções não aceitam a noção de que o mundo é susceptível de ser conhecido diretamente. Os autores trazem questões freqüentes sobre a investigação qualitativa e suas respostas à essas questões, a saber: 1. Será possível a utilização conjunta das abordagens qualitativa e quantitativa? 2. Será que a abordagem qualitativa é verdadeiramente científica? 3. Em que é que a investigação qualitativa difere daquilo que pessoas como os professores, jornalistas e artistas fazem? 4. Será que os resultados qualitativos são generalizáveis? 5. E os efeitos nos dados das opiniões, preconceitos e outros enviesamentos do investigador? 6. Será que a presença do investigador não vai modificar o comportamento das pessoas que pretende estudar? 7. Será que dois investigadores que estudem independentemente o mesmo local u os mesmos sujeitos chegarão às mesmas conclusões? 8. Qual o objetivo da investigação qualitativa? 9. Em que é que diferem a investigação qualitativa e quantitativa? Ao final, os autores discutem a questão da ética na investigação qualitativa. Por se tratar de uma investigação feita com seres humanos, deve se preocupar com aspectos como o consentimento e a proteção dos sujeitos.



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