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Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos III
(BOGDAN; R. C.; BIKLEN; S. K)

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Capítulo III – Trabalho de campo (Parte II)

Entrevistas
Segundo os autores, a entrevista é utilizada para coletar dados descritivos na linguagem do próprio sujeito. Nos estudos de observação participante, geralmente, os sujeitos já são conhecidos pelo investigador e a entrevista se assemelha a uma conversa entre amigos. Mas existem casos em que os sujeitos são completamente desconhecidos. Isso torna as primeiras abordagens um pouco mais difíceis. Nesse caso deve-se procurar um tópico em comum entre investigador e sujeito para iniciar uma conversa banal e esta levar a construção de uma relação.
Os autores trazem aqui uma classificação das entrevistas quanto ao grau de estruturação. Algumas são relativamente abertas, mas centram-se em tópicos determinados ou são guiadas por questões gerais. Outras são muito abertas e o investigador encoraja o sujeito a falar sobre uma área de interesse e depois a explora mais profundamente. Os autores colocam que não são partidários de um ou outro tipo de entrevista e que se podem utilizar os diferentes tipos em diferentes fases de um mesmo estudo. Concordo com autores quando dizem que as boas entrevistas caracterizam-se pelo fato de o investigador deixar os sujeitos à vontade para expressarem seus pontos de vista.
Uma outra questão levantada pelos autores é sobre a estruturação das perguntas a serem feitas numa entrevista. É importante que o investigador procure elaborar questões que não possam ser respondidas com simples “sim” e “não”. As respostas mais elaboradas dão origem a dados mais consistentes e podem revelar muito mais do que o esperado. É importante ouvir cuidadosamente o que o sujeito diz e fazer perguntas no sentido de clarificar algumas coisas que não foram bem explicadas.
Segundo os autores, é importante também que o entrevistador não avalie o que o entrevistado diz para que este não se sinta diminuído. Não sou totalmente partidária dos autores quanto a isso, pois acredito que alguma intervenção, quando bem colocada, pode fazer com que o entrevistado desenvolva melhor o seu raciocínio. O certo é que deve-se ter um mínimo de bom senso ao fazer algum comentário.
Os autores ainda colocam que uma boa entrevista deve ser feita com paciência, pois se as informações que o investigador deseja conseguir não são reveladas naquela entrevista podem ser reveladas em outras posteriores. O investigador precisa ser um detetive montando um quebra-cabeça com as histórias e experiências contadas pelo entrevistado.


Fotografia e trabalho de campo
Uma máquina fotográfica pode ser utilizada para fazer o inventário dos objetos no local de investigação e as fotografias podem ser tiradas em qualquer ocasião, dando oportunidades à condução da entrevista e da observação. Segundo os autores existem três maneiras de fazer as fotografias no que toca à presença da máquina fotográfica. Essa presença pode ser:
· compensada, analisando alguns resultados como efeito da presença da câmera.
· explorada, utilizando a presença da câmera para produzir algum efeito analisável.
· minimizada, procurando fazer com que o investigador fique, o quanto possível, invisível.


Abandonar o campo de investigação
Após a coleta de dados, quando o investigador já está tão à vontade no campo que já começa a fazer parte do cenário, é o momento de abandoná-lo. Este momento pode ser difícil, pois o interesse que o investigador desenvolveu pelos seus sujeitos pode ser grande e vem a sensação de está-los abandonando. Uma alternativa é sair aos poucos do campo, diminuindo a freqüências das visitas até não mais voltar.
A meu ver essa atitude de cuidado com a saída do campo é crucial para o desenvolvimento do restante da pesquisa, porque se o investigador sai de vez, se nenhum aviso prévio, pode configurar um descaso com seus sujeitos. Caso ele precise voltar para esclarecer algo ou até conseguir mais algum dado essa atitude pode prejudicá-lo. Pois toda a confiança que foi construída ao longo do tempo em que ficou no campo pode cair por terra com uma atitude impensada e abrupta.



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