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Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos IV
(BOGDAN; R. C.; BIKLEN; S. K)

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V – Análise de dados (Parte I)

Inicialmente os autores trazem uma definição de análise de dados. Segundo eles, “análise de dados é o processo de busca e de organização sistemático de transcrições de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram sendo acumulados, com o objetivo de aumentar a sua própria compreensão desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos outros aquilo que encontrou”. O capítulo tem por objetivo ajudar o leitor a lidar com a análise, trazendo informações mais práticas do que teóricas.


Análise no campo

Traz sugestões para ajudar o leitor a fazer a análise como parte integrante da coleta de dados. Essa atitude é importante porque deixa o investigador mais tranqüilo no momento de abandonar o campo, já que provavelmente não sentirá falta de ter explorado melhor um assunto ou outro da investigação.
I. Obrigue-se a tomar decisões que estreitem o âmbito do estudo. Após três ou quatro visitas procurar estreitar o âmbito da coleta de dados. Não é possível estudar tudo e quanto mais dados obtiver sobre um tópico, contexto ou grupo de sujeitos específico, mais fácil será analisá-los.
II. Obrigue-se a tomar decisões relativas ao tipo de estudo que quer realizar. Mesmo não sendo muito experiente como pesquisador deve-se procurar escolher o tipo de estudo (história de vida, estudos de observação, etc.). Mas não deve se preocupar se não conseguir levar adiante a decisão e precisar mudar.
III. Desenvolva questões analíticas. As questões que o investigador formula estão intimamente relacionadas com o tipo de estudo que vai realizar. Deve-se ter clareza nas idéias para que possa dar respostas às pessoas leigas que venham a ler ou perguntar sobre o estudo.
IV. Planifique as sessões de coleta de dados à luz daquilo que detectou em observações prévias. É importante rever sempre as notas de campo para planejar o que investigar adiante.
V. Escreva uma grande quantidade de “comentários do observador” acerca das idéias que lhe vão surgindo. O investigador deve escrever notas registrando o que vai sentido à medida que coleta seus dados com o objetivo de estimular o pensamento crítico sobre aquilo que observa e o de se tornar mais que uma mera máquina de registro.
VI. Escreva para si próprio memorandos sobre o que vai aprendendo. É importante ir escrevendo resumos de seus dados e impressões sobre o que considera estar emergindo. Os memorandos possibilitam momentos de reflexão sobre aspectos que surgiram na situação e sobre a forma como eles se relacionam com aspectos teóricos, metodológicos e substantivos.
VII. Ensaie idéias e temas junto dos sujeitos. Devem-se compartilhar suas idéias e pedir a opinião dos sujeitos com os quais trabalha. Eles tendem a ver as coisas de uma forma muito própria e podem ajudar a clarificar e a analisar uma situação.
VIII. Comece a explorar a literatura existente enquanto se encontra no campo de investigação. A leitura da bibliografia sobre a área a estudar contribui mais significativamente para a análise dos dados. Deve-se procurar ler sobre o que tem sido feito nessa área, quais as opiniões daqueles que já fizeram trabalhos similares, quais as lacunas existentes nessa literatura, etc.
IX. Brinque com metáforas, analogias e conceitos. Não se deve alimentar a rigidez no pensamento. É importante fazer analogias entre o que surge durante a investigação e as idéias que já possui sobre o assunto. Também pode-se resumir acontecimentos e idéias sobre estes em frases sucintas que dêem vida aos pensamentos do investigador, como a utilização de expressões do tipo: “o princípio do preferido do professor”.
X. Utilize auxiliares visuais. Deve-se também utilizar figuras como diagramas, tabelas, gráficos, setas e até rabiscos mais infantis.

Na minha opinião essas sugestões são muito bem vindas, principalmente quando se trata de um pesquisador iniciante como eu, pois deixa mais clara a questão de que na investigação qualitativa as sensações e a intuição contam muito no momento de coletar e analisar os dados. É preciso estar atento a essas sensações e intuições, pois dali podem surgir insights importantes para a compreensão e análise da situação.


Outras sugestões sobre a análise no campo de investigação.

Aqui os autores assinalam três aspectos gerais antes de iniciarem a próxima seção.
O primeiro aspecto diz respeito à especulação. Não se deve ter medo de especular, pois os pormenores e os fatos são apenas um meio para clarificar o pensamento e gerar idéias e não um fim em si mesmos. “A maior contribuição para a ciência do comportamento humano advém das boas idéias”.
A segunda sugestão é a abertura a novas idéias. Falar com outras pessoas ou escrever memorando para depois reler são bons exercícios para arejar as idéias. Mas os autores chamam a atenção para o fato de que contar aos outros poderá impedir a análise, pois uma vez verbalizada a idéia pode reduzir a vontade de registrá-la já que se tornou algo comum. Nesse momento os autores se demonstram o que vem acontecendo durante todo o livro: não fazem afirmações fechadas para não se comprometerem. Acredito que vai depender muito de cada investigador escolher entre um ou outro exercício de arejamento das idéias, de acordo com sua capacidade de se manter na linha anteriormente planejada, mas com a aceitação de novos aspectos e novas propostas.
Por último os autores sugerem que o investigador vá assinalando os dados e anotando idéias nas margens das notas de campo para que não se percam pensamentos valiosos sobre os acontecimentos.



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