Ali Kamel: discípulo medíocre de Gilberto Freyre (parte I)
(Renato Prata Biar)
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Ali Kamel: discípulo medíocre de Gilberto Freyre
Ali Kamel, o
todo poderoso do jornalismo da Globo, parece estar sofrendo da síndrome do
pânico, já que qualquer coisa agora lhe dá medo, pavor e calafrios. O seu
primeiro medo declarado em sua coluna no jornal O Globo foi em relação ao livro
didático “Nova História crítica”, adotado pelo ensino público, que ele acusou
de exaltar o socialismo de uma forma que lhe causava até calafrios. Mais
recentemente, um outro livro que substituiu o acima citado também lhe causou
medo por continuar, segundo ele, a exaltar o socialismo (embora menos do que o
anterior) mas também por fazer uma propaganda político-eleitoral do PT. Porém,
o fato que mais causa indignação é o seguinte: para uma pessoa que trabalha
para a Rede Globo, uma empresa que nasceu, cresceu e se desenvolveu sob um
regime de ditadura militar, sendo subserviente, cúmplice e legitimadora deste
regime que torturava, assassinava, exilava e censurava, é realmente difícil de
entender qual é o motivo que o leva a ter medo de um simples livro didático. E
como se não bastasse, essa mesma empresa ainda foi contrária à abertura
política e às eleições diretas, dois fatos que significavam o fim daquele
regime ditatorial. No Rio de Janeiro, ainda na década de 1980, a Globo tentou
fraudar as eleições para governador porque simplesmente não gostava do
candidato que estava ganhando, o Sr. Brizola. Já nas eleições presidenciais de
1989, editou e manipulou um debate transmitido por ela mesma entre os
candidatos Lula e Collor. Fato esse que foi decisivo para a vitória deste, que
era o candidato preferido da emissora. Apenas para lembrar também alguns fatos
mais recentes, o apresentador do Jornal Nacional, Willian Bonner, declarou que
os telespectadores do seu telejornal são comparáveis ao imbecil, preguiçoso e
estúpido Homer Simpson. Isso para não falar (já falando) da imensa campanha
feita para que o presidente Lula não se reelegesse, mas como não conseguiram,
tentaram criar um clima de desestabilização e, por que não dizer, de golpismo
contra o governo Lula utilizando o acidente com o avião da TAM em Congonhas de
maneira desrespeitosa e antiética, principalmente no que diz respeito às
vítimas e parentes das vítimas. Portanto, para alguém que trabalha e que serve
aos interesses de uma empresa como essa, não tem sentido algum ter medo
de um livro didático. O Sr. Kamel deveria ver esse livro como, no máximo, um
Gasparzinho, o fantasminha Camarada que, embora seja um fantasma, não
gosta de assustar ninguém, é sincero, amigo e deseja sempre fazer o bem.
Entretanto,como se isso não fosse
suficiente, numa entrevista concedida ao programa “Espelho” no Canal Brasil (TV
por assinatura) apresentado pelo ator Lázaro Ramos, o Sr Ali Kamel declarou
mais um de seus tantos medos: as políticas públicas de combate às desigualdades
raciais que, segundo ele, só servem para trazer à tona um problema que inexiste
no Brasil: o racismo. Para o Sr Ali Kamel, esse tipo de discussão prejudica e
atrapalha algo que é peculiar ao Brasil, e que ele chamou de “o grande barato
brasileiro” que é o fato da miscigenação ter anulado a questão do preconceito
racial. Em sua concepção, o brasileiro, seja ele branco ou negro, tem as mesmas
chances de alcançar qualquer cargo ou posição dentro da sociedade desde que
tenha méritos para isso, pois vivemos num sistema em que tudo depende única e
exclusivamente de você mesmo para alcançar os seus sonhos e realizá-los. Parece
que temos um novo discípulo do famoso sociólogo brasileiro e pioneiro na
tentativa de mascarar o problema do racismo no Brasil com sua tese da
“Democracia Racial”, Gilberto Freire. Porém, devemos reconhecer que é um
discípulo infinitamente inferior ao seu mestre, pois a sua falta de talento, o
seu cinismo e a sua fraca e pífia argumentação o transformam, para dizer o
mínimo, num discípulo medíocre de Gilberto Freyre, já que este, pelo menos,
sabia escrever.
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