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o menino é pai do homem
(fabiobim)

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O menino é pai do homem
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino
diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos
mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas
e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça
de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de
coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício,
deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da
travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara
o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos.
Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos
os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos
queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma
varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro
lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo, – mas obedecia
sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai,
nhonhô!” – ao que eu retorquia: –“Cala a boca, besta!”.
(...)
Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto
da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a
esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e
algo contemptor1 dos homens, isso fui; se não passei o
tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes
puxei pelo rabicho das cabeleiras.



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