Novo Mundo
(Marco Cuz)
O paraíso era aqui... Américo Vespúcio, vislumbrado com o Novo Mundo registraria: “As suas árvores são de tanta beleza e de tanta suavidade que pensávamos estar no paraíso terrestre”. Vespúcio também fez questão de assinalar:” ser difícil ver as tetas caídas numa mulher”. A forte atração do” paraíso tropical” brasileiro fica notória no regimento da Nau Bretoa, que aportou em Cabo Frio no ano de 1511: A proibição expressa de abandonar a ilhota da feitoria e irem a “terra firme”. Isto para que “nenhum deles ficasse no Brasil, como algumas vezes já o haviam feito”.A primeira expedição exploratória de Cristóvão Jacques partiu de Lisboa a 21 de agosto de 1516, com 3 naus e 300 tripulantes. O rei assinara um alvará em julho, determinando que dessem: ”machados e enxadas e todas a mais ferramenta às pessoas que fossem ao Brasil”. Enviou colonos que amancebaram. O projeto não deu certo: “os homens se contentaram com terem quatro índias por mulheres e comerem os mantimentos da terra. Praias idílicas, verão eterno, frutos e animais exóticos e mulheres bonitas constituíam assim, um alívio à camisa-de-força vivencial das obrigações impostas aos marujos . Muitos eram convocados contra sua vontade. Eram embebedados numa taverna e acordavam no meio do vasto oceano rumo à América. O franciscano francês André Thevet afirmou que “no mundo, não haveria mulheres mais luxuriosas”. Elas conheceriam certas ervas que, misturadas à comida, obrigariam os maridos a procurá-las, sob pena de sofrerem fortes dores em suas partes vergonhosas.. Muitos, de fato, “fizeram a América”, prosperando. O irmão Pero Correa em 1534, descreveu assim o harém dos colonos: “que as próprias mulheres lhes levavam as concubinas à cama . Um principal . transferia boa parte de suas tarefas produtivas para suas várias mulheres e subordinados passando, segundo relato de um jesuíta, boa parte do tempo deitado na rede . O Bacharel da Cananéia era outro “Rei branco” , entre os índios. Possuía seis mulheres, 200 escravos e mil guerreiros. Senhor do litoral Sul, não era um náufrago, nem fora desterrado. Era, na verdade, um degredado que não quis se beneficiar das determinações do rei D. Manuel, de acordo com as quais qualquer degredado que retorna-se a Portugal com informações sobre o Brasil não apenas seria absolvido de seu crime como receberia uma gratificação de 500 ducados. O Bacharel preferiu tornar-se traficante de escravos indígenas. Logo após a chegada de Nóbrega à Bahia , ele escrevia ao provincial em Portugal: “Há homens que à nove e dez anos que se não confessam. E parece-me que põem a felicidade em ter muitas mulheres. O capuchinho Yves d’Evreux sobre os tupinambás afirmou: “desconheciam a avareza”. O que Nóbrega confirmava : “se um deles mata um peixe, todos comem dele”. As mulheres untavam a pele com óleos e todos banhavam-se a toda hora.. Os portugueses gostaram e não sentiram saudade das imundícias à bordo. Na verdade o banho diário era desconhecido do europeu. Em carta de 1554 , Anchieta documentou: “terra virgem, na qual não havia nem lei nem rei, e onde abundava a “caça a pesca e os frutos silvestres”. Os colonos também se depararam com as nativas “que andam nuas e não sabem negar-se a ninguém, mas ainda elas mesmas assediam e importunam os homens, metendo-se com eles nas redes, pois consideram uma honra dormir com cristãos. Os barbudos se tornaram os ”reis do pedaço” da terra virgem. Ainda é Simão de Vasconcelos que registrou: “A população está entregue a toda espécie de sensualidade, amancebando-se ordinariamente .Sem prelado, sem pregador, sem preceitos da igreja, nem jejum , nem abstinência de carne. Sem confissão ou comunhão. Viciados no rapto de índios.” Lembremos que no artigo sobre João Ramalho vimos que ele amancebou-se com Bartira, casou-se depois sob pressão, separou-se de Isabel e, no final da vida, não queria saber nada de sacramentos. Bem, a catequese/evangelismo ainda prossegue enfrentando os mesmos desafios.
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