Teoria da IRM
(Anna BS)
Exactamente como é que um bilião ou mais protões produzem um scan de IRM? Fazer um scan do corpo humano usando a Imagem por Ressonância Magnética (IRM) é uma tecnologia relativamente recente. Em 1980 em Melbourne na Austrália foi instalada a primeira maquina de IRM para uso clínico. Desde então a complexidade tecnológica e a quantidade de scans realizados a cada ano aumentou exponencialmente. A maioria dos Australianos conhece a tecnologia de scans por IRM pois é frequentemente utilizada para diagnostico de lesões do joelho em jogadores de futebol! A IRM é considerada por muitas pessoas como a tecnologia de topo na área da Imagiologia médica pois produz imagens incrivelmente detalhadas na forma de fatias ao longo do corpo em qualquer plano (Coronal, Sagital, Axial ou qualquer combinação como scans oblíquos). A IRM não tem quaisquer efeitos secundários e não utiliza Raios-X. Um sistema de IRM baseia-se na propriedade de Spin dos núcleos de protões de todos os átomos de Hidrogénio. O Hidrogénio é um constituinte da água, gordura, músculo, nervos e basicamente todos os tecidos que são compostos por gordura ou água (cerca de 98% do corpo humano) contêm uma abundância de Hidrogénio e portanto vários biliões de protões de Hidrogénio. Os protões do núcleo de Hidrogénio num espaço livre, i.e., sem estarem sob a influência de um campo magnético, tendem a girar em redor do seu eixo de maneira aleatória. No entanto quando um paciente é colocado sob um campo magnético estático intenso, todos os protões do núcleo de Hidrogénio se alinham com o campo. Felizmente não é possível sentir este efeito! Quando a máquina procede ao scan, uma combinação de pulsos de Radiofrequência e a acção de um campo magnético em movimento constante (gradiente) faz com que os protões deixem a sua posição inicial e se alinhem num movimento rotacional como o dos ponteiros do relógio. A velocidade dos protões em movimento giratório é determinada pela sua posição dentro do corpo humano sujeito ao scan bem como a força do campo magnético aplicado e a constante giromagnética dos protões de hidrogénio (que não vai ser discutida aqui). O sistema mais comum hoje em dia usa uma força de campo de 1.5 Tesla que faz com que os protões girem a uma velocidade de cerca de 63 milhões de vezes por segundo! Quando o pulso/gradiente é desligado, os protões relaxam e voltam às suas posições iniciais. É este tempo de relaxamento que é variável que decide o brilho dos pixeis do scan. Outros scans são produzidos olhando para as diferenças na velocidade de rotação, ou fase, dos protões individuais. Existem três tipos principais de scans de IRM: T1, T2 ou Densidade Protónica. Geralmente as imagens produzidas são a preto e branco ou em escalas de cinzento. Tecnologias mais recentes usam como informação um mapa de contornos com codificação de cor que depende da função (fisiológica) em vez da informação puramente anatómica retirada dos scans usuais de IRM. Todas as maquinas de IRM assentam na exactidão do seu campo magnético. Esta é determinada pela homogeneidade do magneto, em bons magnetos é tipicamente de 3 ppm (partes-por-milhão) o que significa que apenas pode haver um erro de 1/3ppm do valor especificado. Quando um magneto é instalado é realizado um “shimming” que pode chegar até 5 dias para aperfeiçoar nalguns sistemas. Um gancho de cabelo perto do magneto distorce o campo em cerca de 5 ppm! Uma imagem tirada com este tipo de erro seria classificada como inutilizável. É por isto que como paciente é-lhe pedido que retire todo o material magnético do corpo antes de se proceder ao scan.
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