Jornal O Tempo
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Sem educação, não dá! Atualmente, apenas 13% dos jovens brasileiros, entre 20 e 24 anos, encontram-se matriculados em estabelecimentos de ensino superior, de acordo com dados do Ministério da Educação. Um percentual muito baixo se comparado com outros países da América do Sul, como o Uruguai, cujo percentual é de 28%, ou mesmo a Argentina que é de 36%. Se formos analisar os países mais desenvolvidos, a diferença é ainda mais alarmante. Na França, 51% dos jovens estão freqüentando as universidades, enquanto que, nos Estados Unidos, esse índice sobe para 81%. O mais preocupante é que 86% dos estabelecimentos de ensino superior são particulares. Ou seja, cerca de mil e quinhentas instituições que abrigam cerca de 1.800 alunos são as principais responsáveis pela graduação de nossos jovens. Já, o preço dos estudos, que varia entre quatro a nove mil reais anuais, dificulta a entrada de estudantes de baixa renda e contribui ainda mais para elitizar o terceiro grau em nosso país. Como se não bastasse tudo isso, a maioria dos estudantes carentes é obrigada a trabalhar durante o dia e estudar a noite ou vice-versa. Uma missão não muito simples e que talvez seja o principal motivo que os fazem parar no meio do caminho. A necessidade de priorizar o “ganha pão”, a falta de tempo para fazer o dever de casa, a distância do local de trabalho para as instituições do ensino e as horas extras são empecilhos que devem ser enfrentados. Outra situação não menos apreensiva é que, nos últimos anos, com o grande aumento do número de alunos matriculados no ensino fundamental e médio, cresceu também a demanda por uma vaga na universidade. Das 1.637 instituições de ensino superior em funcionamento no Brasil, 1.442 são privadas. No entanto, 37,5% destas vagas, cerca de 550 mil, estão ociosas, devido principalmente pela dificuldade por parte dos menos favorecidos para custear os seus estudos. Se o governo federal não tomar providências imediatas a respeito, as novas gerações estarão fadadas a perder o trem da história. A globalização e o avanço tecnológico são alguns dos fatores responsáveis pela cobrança de uma mão-de-obra especializada por parte do mercado de trabalho, destacam-se aí as novas indústrias que estão se instalando no país, em especial em Minas Gerais. Elas vêm transformando muitas das vagas disponíveis em metas quase impossíveis de serem alcançadas pelos jovens mais carentes, o que, com certeza, é considerada uma situação de imensa injustiça social. Um país que não consegue oferecer para os seus jovens, sejam eles pobres ou ricos, condições concretas para ingressar em estabelecimentos de um ensino superior de qualidade não terá, com certeza, um futuro promissor. Não podemos deixar de lado a necessidade de acompanhar com rigor as ações dirigidas para esse setor, porque sem educação é impossível promover o desenvolvimento de uma nação.
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