Jornal O Tempo
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Selvageria: até quando? O país já ouviu e leu tudo o que era necessário para compreender a selvageria dos atos praticados contra uma menor, em uma Delegacia de Polícia do Pará. A divulgação da matéria ganhou o mundo, em virtude do destaque que alcançou na mídia internacional. As condenações continuam. Há, em todos os setores da sociedade, uma profunda indignação. Os artigos, as colunas de notícias, as conversas, convergem todos para o espanto e a perplexidade. Apesar de tudo isso, não se tem notícia, até o momento, da adoção de providências objetivas, por parte das autoridades competentes, para se prevenir a sua repetição. Na mesma situação em que se encontrava a menor recolhida a uma cela masculina e ali torturada, padecem outros menores sobre os quais recaem as disposições do Estatuto do Menor e do Adolescente. No entanto, notícias vindas de todas as fontes do Pará parecem indicar que, atualmente, o Estatuto não vigora naquele Estado. Há ainda uma curiosidade em tudo isto. A governadora do Pará também condena os fatos. Mas, o que se deve esperar dela, além de seu inconformismo com os fatos, é uma ação administrativa urgente para se evitar que tão bárbaros acontecimentos voltem a acontecer por lá. As palavras não devem servir apenas para revelar os fatos, mas, principalmente, para corrigi-los caso necessário. Ação urgente, ação adequada, ação firme é isso que todo o povo brasileiro espera de seus governantes. A nação indignada não teve ainda conhecimento da relação de providências objetivas adotadas pelo Estado do Pará resolver a barbárie que ali se constatou. É esse desconhecimento que alimenta e perpetua o debate.
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