Jornal O Tempo
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Estrada do Gás: é preciso investir Minas são muitas, cada uma com suas peculiaridades, necessidades e reivindicações, umas mais ricas e outras mais pobres. É, nesse contexto, que se destaca o Norte, composto por 89 municípios, onde residem mais de 2,7 milhões de habitantes. Apesar de se destacar nacionalmente pelas belezas naturais, rica cultura e marcantes fatos históricos, aquela região continua sendo uma das mais pobres e prejudicadas do país. Surge agora uma grande esperança não apenas para a população local, mas para todo o país: a chamada “Estrada do Gás”, com destaque para as cidades de Buritizeiro, Santa Fé de Minas, São Romão e Montalvânia. Naquela área, a Petrobrás tem detectado fortíssimas emanações de gás natural, que, com certeza, será um transformador da economia regional, retirando-a do estado de pobreza atual e direcionado-a para um futuro promissor. Mas para que o projeto saia do papel e se transforme em realidade, é preciso vontade e determinação por parte de todas as esferas do poder público. Talvez esteja aí a saída para que o Brasil deixe de ser dependente da importação de um produto essencial ao desenvolvimento nacional e ao consumo doméstico e, principalmente, deixe de ser refém de interesses nacionalistas exclusos tais como o do governo Boliviano. Não é exagero afirmar que o Norte de Minas dorme na pobreza sob uma imensa reserva milionária. As poucas pesquisas feitas na região não permitem dimensionar com precisão o tamanho das reservas, mas um levantamento preliminar aponta para algo em torno de 1 trilhão de metros cúbicos, suficientes para abastecer o Brasil durante 60 anos, assegurando a sua auto-suficiência. Só para se ter uma idéia, as reservas provadas da Bolívia somam cerca de 727,2 bilhões de metros cúbicos. Com isso, apesar dos poucos dados disponíveis, grandes empresas nacionais e estrangeiras vêm despertando interesses na bacia do Norte de Minas. Nada menos que 39 áreas já foram arrematadas por várias empresas, a maioria pela própria Petrobrás em parceria com a britânica British Gas (BG), que terão dois anos para concluir as pesquisas, sendo que a fase de prospecção sísmica deverá ser iniciada ainda neste semestre. Estão previstos investimentos que podem chegar a US$ 10 milhões por área – somente em estudos sísmicos. A perfuração dos poços exigiria mais US$ 4 milhões, também por área. Se tudo der certo, o gás poderá chegar à população em 2008. Para as regiões Norte e Noroeste de Minas, esses investimentos seriam a redenção. A oferta do produto poderia levar para a bacia do São Francisco grandes indústrias do setor de cerâmica e siderurgia, mudando a face econômica regional. Já os royalties da exploração do gás beneficiariam tanto municípios quanto proprietários particulares de terrenos, onde poços fossem perfurados. Os valores poderiam chegar de R$ 1 mil a R$ 30 mil mensais, conforme o tamanho do poço. Como se vê, o Brasil, e, em especial Minas Gerais, tem ainda muita riqueza natural a ser explorada o que, com certeza, traria os mais diversos benefícios.
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