Jornal O Tempo
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Não a transposição! Uma louvável iniciativa teve seu grito de largada, no último dia 20 de agosto, em Minas Gerais: “A Caravana em Defesa do Rio São Francisco e do Semi-Árido contra a Transposição”, formada por 18 ambientalistas, especialistas e representantes de comunidades indígenas e ribeirinhas. O movimento, recepcionado pelo governador Aécio Neves, defende a revitalização do rio São Francisco, inclusive socialmente. Entre os integrantes da Caravana estão o coordenador do Projeto Manuelzão, Apolo Heringer Lisboa; o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Thomaz Mata Machado; o coordenador-executivo da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA – Brasil), Luciano Silveira, o engenheiro João Suassuna, o vice-presidente do Sindicato dos Pescadores de Alagoas e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Toinho Pescador e o índio Marcos Sabaru, da tribo Timgui-Botó , de Alagoas. O mais importante é que o projeto, que busca atender às comunidades ribeirinhas, através da adoção de medidas alternativas para levar a água a áreas até então desabastecidas do Semi-Árido brasileiro, irá percorrer outras 11 capitais brasileiras. Além de Belo Horizonte, estão na rota da Caravana; Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Natal, visita à barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves (Açude Açu) e ao Açude Castanhão. E ainda, as cidades de Fortaleza, João Pessoa, Salvador, Aracajú e Maceió. O início da Caravana, em Belo Horizonte, confirma, mais uma vez, o papel estratégico de Minas Gerais para o movimento. Tanto é que o governo de nosso Estado já está desenvolvendo um projeto estruturador, denominado Vida no Vale, para resolver o problema da falta de água e saneamento em 92 municípios do Semi-Árido mineiro. Recursos, na ordem de R$ 545 milhões, estão sendo alocados para a iniciativa que, com certeza, será uma referência para o resto do país. Com isso, 731 mil moradores de áreas urbanas e outras 489 mil de distritos e povoados, localizados nos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, serão beneficiados. Para isso, o governo mineiro criou recentemente a Copanor, subsidiária da Copasa para a região, que irá aplicar tarifas de água e esgoto diferenciadas e mais baratas. Além disso, serão executadas obras que incluem a construção de reservatórios, estações de tratamento de água e rede de distribuição, além de redes coletoras, interceptores e estações de tratamento de esgoto nas sedes dos municípios e nas comunidades rurais. Com o crescimento acelerado dos núcleos urbanos, o recurso hídrico vem sendo utilizado de forma não sustentável. Além da ameaça de esgotamento da quantidade disponível, a qualidade da água está cada vez mais comprometida, devido à poluição de origem doméstica e industrial. É bem evidente que o recurso hídrico está se tornando um dos bens mais disputados do planeta, e, como tal, deve ser respeitado.
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