Memórias de Minhas Putas Tristes - 2ª Parte
(Gabriel Garcia Marques)
Memórias de Minhas Putas Tristes - 2ª Parte. Na semana seguinte, Rosa Cabarcas marcou novo encontro com a menina, para aquela noite. O velho jornalista estava cada vez mais encantado com a menina, e naquela noite lhe deu um nome: “Delgadina” (originário de uma canção colombiana), e mais uma vez adormeceram, e ao amanhecer ele novamente se esquivou do quarto.
E assim se sucederam os encontros noturnos entre o ancião e “Delgadina”, e como já estavam frequentes ele chegou a decorar todo o quarto onde se encontravam, lia poemas e clássicos da literatura para ela, ao som das mais bonitas canções eruditas, e no seu aniversário lhe deu de presente uma bela bicicleta. O amor aos poucos foi transformando a vida do velho jornalista, a ponto de modificar até as seus escritos semanais, passando a transbordar esse sentimento nas suas crônicas, agora apaixonadas, no jornal de domingo, o que provocou imediata reação em seus leitores, que inundavam a redação com cartas de elogios. O gato que ganhou em seu aniversário, cada vez causava mais problemas, e em uma visita o veterinário, foi-lhe recomendadeo que o sacrificasse, pois estava acometido de “senilidade”, o velho jornalista não concordou com isso, e em uma de suas crônicas traçou uma metáfora entre a sua situação, como ancião, e a do gato, que obteve também uma boa resposta dos leitores. Em um de seus encontros com “Delgadina”, foi acordado no meio da noite por Rosa Cabarcas, com uma sinistra notícia: um ilustre e influente figurão da cidade acabara de ser assassinado a facadas, em um de seus quatos. E Rosa, solicitou a ajuda do ancião para a remoção do corpo. Este incidente acabou por fechar a casa de Rosa Cabarcas, interrompendo bruscamente não só os encontros entre o ancião e “Delgadina”, mas rompendo de forma inequívoca o contato entre os dois. O velho jornalista, caíu em profunda agonia ao ver o seu amor desaparecer, e começou sua busca desesperada por Rosa Cabarcas e “Delgadina”, e em uma destas buscas acabou perdendo seu gato. Um dia enquanto estava na redação do jornal, recebeu a notícia de que uma menina que andava de bicicleta, acabara de ser atropelada, como a descrição da menina e da bicicleta batiam com a de “Delgadina”, o velho jornalista partiu para o hoepital em desespero, onde descobriu que não se tratava dela. Um mês depois, Rosa Cabarcas ligou, informando que reabriria a casa, e desta forma preparou o reencontro. Ao chegar lá, o ancião se deparou com uma “Delgadina” diferente, sensivelmente mais crescida, vestida e maquiada como uma mulher da vida. O velho jornalista, imaginou que “Delgadina” havia se tornado uma prostituta, e acometido de violento ciúme e uma profunda frustração por achar ter perdido o contato com a inocência que tanto prezara e guardara, destruíu todo o quarto num acesso de loucura. Tempos depois, encontrou em um ônibus, uma antiga prostituta de quem fora cliente, agora já casada e dona de casa, que o convidou a conhecer seu lar, entre uma conversa e outra, a antiga prostituta o alertou a pegar o amor assim que ele passasse pela sua frente, pois poderia não haver uma segunda oportunidade.
O ancião ligou para Rosa Cabarcas, que promoveu a reconciliação entre os dois. Alguns dias depois o ancião encontrou sua antiga noiva Ximena Ortiz, em um evento, este ao encontrá-la pela primeira vez depois de tantos anos, pediu desculpas pelo incidente que tanto o amargurava, e esta disse não conhecê-lo, deixando-o em dúvidas se seria por uma forma de vingança, ou por senilidade, que ela disse tal coisa. Ao voltar a Rosa Cabarcas, o ancião lhe propôs a compra de sua casa, e esta devolveu a seguinte proposta com tom de acordo: “Quem morrer primeiro fica com tudo do outro!”, e se este morresse primeiro ela cuidaria da menina, deixando tudo para ela. Prosseguiram progamando a reforma do quarto que serve de ninho de amor para ele e “Delgadina”, e depois disto, se pôs a andar de volta para sua casa filosofando, no último parágrafo do livro: “Saí radiante para a rua e pela primeira vez me reconheci no horizonte remoto do meu primeiro século. Minha casa, calada e em ordem às seis e quinze, começava a gozar das cores de uma aurora feliz. Damiana cantava a toda na cozinha, o gato redivivo enroscou a cauda em meus tornozelos e continuou caminhando comigo até a minha mesa de escrever. Estava organizando meus papéis murchos, o tinteiro, a pena de ganso, quando o sol explodiu entre as amendoeiras do parque e o barco fluvial dos correios, atrasado uma semana por causa da seca, entrou bra-mando no canal do porto. Era enfim ávida real, com meu coração a salvo, e condenado a mor-rer de bom amor na agonia feliz de qualquer dia depois dos meus cem anos.” Uma história que realmente nos faz pensar no quanto a vida pode ser imprevisível, e no valor que devemos dar a cada segundo vivido, pois ele é único e depois dele pode, ou não, haver mais um. Link para Memórias de Minhas Putas Tristes - 1ª Parte:http://pt.shvoong.com/books/romance/179476 0-mem%C3%B3rias-minhas-putas-tristes-1%C2%AA/Meus outros resumos:http://pt.shvoong.com/writers/rcorreas/
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