Sequestros do Rio de Janeiro
(Marco Cruz)
É celebre o episódio do primeiro seqüestro do Rio de Janeiro, o da própria cidade pelo francês Duguay Trouin. O “desejo de levar a glória das armas do rei de França a esses climas remotos e punir com a destruição dessa florescente colônia a desumanidade dos portugueses”, foram um dos motivos da expedição francesa financiada por armadores e investidores particulares apoiada pelo Conde de Toulouse e aprovada por sua majestade. Johann Pohl escreveu: “Em 5 de agosto de 1711 surgiu perto da Ilha de Santana essa esquadra: dezesseis navios de guerra e dois brulotes. O governador do Rio de Janeiro, Francisco de Castro e Morais, recebeu essa notícia de Cabo Frio e tomou imediatamente as providências necessárias para enfrentar o ataque. Mas o inimigo não apareceu e espalhou-se o boato de que as notícias alarmantes eram falsas.” A frota apareceu no Rio de Janeiro no dia 12 de setembro. A barra estava fechada de neblina e os corsários não foram vistos. Já dentro da baía os franceses espantaram os portugueses que levantaram ferro e, escapando, encalharam e queimaram seus próprios navios [4 navios e 3 fragatas]. Os invasores fundearam sua esquadra fora do alcance da artilharia portuguesa que em ação pouco dano causou ao inimigo. O Rio de Janeiro dispunha de muitos regimentos e é incompreensível a atitude de fuga do governador português. O inimigo continuou bombardeando a cidade, sem maior êxito, do dia 19 até o dia 25; mas um navio de guerra que avançou destruiu o Mosteiro de São Bento. Ao que parece a estratégia do governador era simular uma retirada para atrair os franceses para o entrincheiramento português repetindo o que fizera contra Du Clerc no ano anterior. Alguns pelotões portugueses travaram combates com mortos de ambos os lados. Duguay, por intermédio de um tambor anunciou e fez chegar às mãos do governador uma intimação de que iria reduzir à cinzas a cidade. Pedia quer libertassem os franceses aprisionados da invasão anterior de Du Clerc. No final, após a cidade ser abandonada aos franceses e os celeiros serem queimados foi tratado um “resgate” pelo “seqüestro” da cidade. Tupi.
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