Totem e Tabu 
(Sigmund Freud)
  
TOTEM  Y  TABU   - Sigmund Freud-
  
                 Em Totem e Tabu Freud compara os ritos de povos primitivos com a neurose, relacionando o significado original do totemismo com o processo pelo qual passa o desejo inconsciente.
                 O totem (divinização de escultura representando plantas, animais ou antepassado) pode ser definido como instituição primitiva que deixou indícios nas religiões ritos e costumes dos povos civilizados contemporâneos e o tabu (o mais antigo dos códigos não escritos da humanidade) compreende prescrições rigorosas cuja violação traz sérias conseqüências e castigos para os membros de um grupo. Ao que tudo indica, o totem define uma consagüinidade na qual se inscreve uma lei para deter o indivíduo ante o incesto. Por isso Freud considera a renúncia como a base para o tabu.
                 Evidências encontradas na linguagem e nos costumes apontam para a realidade histórica do matrimonio em grupo em tempos remotos,  o que torna compreensível o rigor na proibição de relações sexuais com indivíduos pertencentes ao mesmo totem. 
 Tanto quanto os povos selvagens, o castigo prescrito pelo tabu relativos a contato com objetos interditados são formas de tornar o objeto impossível. Para Freud é a expressão de desejos inconscientes e dos temores em relação a estes desejos. (desejo de tocar e ao mesmo tempo horror e proibição).
                 Esta atitude ambivalente, Freud a encontra também no sujeito neurótico: como temem porque desejam tudo o que entra em contato com o proibido fica tão proibido quanto. A proibição recai sobre todos os novos fins eleitos pelo desejo, refletindo desta forma o processo pelo qual passa o desejo inconsciente.  É este o paradoxo do cerimonial sem fim dos obsessivos: pretendem interditar o desejo inconsciente mas aproximam-se cada vez mais dele.  
                 Merece especial consideração neste texto o exame feito sobre o tabu que recai sobre as pessoas mortas: as pessoas que tocaram os mortos devem ficar isoladas, o nome do morto não deve ser pronunciado. Isto indica que admitem uma coincidência entre objetos e palavra o que coincide com as descobertas de  Freud que insiste na importância dos nomes no pensamento inconsciente.
                 Na vertente psicanalítica, as auto-reprovações no luto falam de um desejo inconsciente de morte. A ambivalência é uma característica da neurose obsessiva e o tabu nasce no terreno da ambivalência afetiva. É neste ponto que os neuróticos obsessivos se comportam como os selvagens. 
 As fases do deslocamento neste processo: 1)desejo de morte 2)recalque por proibição 3)a proibição fica enlaçada a um determinado ato que como consequência de deslocamento se substitue ao ato primitivo orientado contra a pessoa amada. Desenvolvimento ulterior: o desejo de morte é transformado em temor de que a pessoa morra.
 Os pontos em comum são a extensão do tabu do morto a tudo que entrou em contato e o excesso de cuidados. A excessiva proteção dos reis por exemplo, revela uma hostilidade dissimulada.
 Na elaboração conclusiva,  Freud aproxima a figura do pai como o alvo deste desejo de morte. A atitude do selvagem seria uma derivação da atitude infantil em relação ao pai.  Através do mito da horda primitiva Freud revela que este desejo é fundante do inconsciente no homem. 
 
  
 
Resumos Relacionados
 
  
- Parapraxias (atos Falhos) - Conferência Ii
  
  
- Transferência
  
  
- Formação De Compromisso Entre Id, Ego E Superego
  
  
- Sonhos
  
  
- Introversão (psicanálise)
  
 
 
 | 
     |