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O que é a elite?
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)

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Para começar, tomo de empréstimo a Pareto (autor importante da Sociologia) uma visão de elite que nos ajuda a esclarecer muito a este respeito. Segundo tal autor, elite é toda e qualquer classe restrita (numerus clausus) de indivíduos que possuem bens de alto valor devido a sua raridade e escassez, podendo estes bens serem de natureza econômica ou cultural. Concordando (ao menos em parte com Pareto), observo que há (pelo menos dois tipos de elite), uma elite econômica e uma elite que pode-se dizer, cultural. A pertença a uma elite, por conseguinte, não necessariamente irá facultar o indivíduo pertencer a outra (a esse respeito, o trabalho de Pierre Bourdieu em seu livro La Distinction exemplifica muito bem isto que estou dizendo).
Por outro lado, mas ainda apoiado no conceito de Pareto, podemos estabelecer e definir a existência de outro tipo de elite, que seria de um tipo detentor de alguns bens culturais raros, definidos por alguns como virtudes. Dentre estas virtudes, podemos identificar algumas ligadas à noção de mérito, tais como: diligência no estudo, rigor na sua ética pessoal, respeito pelas pessoas, firmeza de caráter. Tais bens culturais escassos (e eu diria cada vez mais escassos) somente podem ser obtidos mediante muito esforço pessoal e muito estudo também, posto que sem entender o mundo em que se vive dificilmente é possível ao sujeito compreender e aplicar corretamente a sua moral, pois pode bem ser que ele pense que faz algo fantástico quando na verdade pode até mesmo agir de forma criminosa. Vamos adiante à idéia de elite que defendo.
A idéia de elite que defendo está profundamente ligada a duas noções que já vieram antes da minha:
a) A elite como expressão de beleza e bondade, tal como os antigos gregos a concebiam (e havia um nome para isso: Areté);
b) A elite por mérito, tal como proposto por John Dewey (e no Brasil, por Anísio Teixeira) a qual obtém seu destaque pelas suas qualidades intelectuais aplicadas ao estudo e ao desenvolvimento da inteligência, aplicada aos problemas da realidade em que vive.

Da combinação destes dois tipos de elite, penso eu que podemos definir um tipo que caracteriza bem o que se pode esperar de uma verdadeira elite. Tal elite seria uma elite que, ao cultuar as virtudes morais e ao aplicar-se ao estudo e ao conhecimento pode e deve zelar pela ordem social se estiver no comando. Zelando pela ordem, garantindo a aplicação das leis e instruindo os demais quanto a isto, tal elite cumpre sua função social. Independente de sua condição econômica, tal elite compreende que possuir riquezas é algo acidental, e que na realidade importa a ela bem pouco se possui ou não, pois este não é seu objetivo primário. Se tem dinheiro, o utiliza, e na medida de suas possibilidades auxilia os que não o tem. Se não tem dinheiro, nem por isso odeia os que o possuem, e nem sente inveja destes pois suas qualidades morais não o permitem.
Este é o tipo de elite que defendo, pois a idéia de que alguém pertence a uma elite somente por ter capital financeiro acumulado, além de pobre é equivocada pois dinheiro é algo que se pode perder com alguma facilidade, mormente quando não se tem conhecimento de economia, o que só se obtém estudando.



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