Comunicação não verbal (comportamento espacial: distância interpessoal, orientação e postura)
(Rodriguez)
1.1 Distância Interpessoal Hall (1966) propôs quatro distâncias diferentes na interacção humana: íntima, pessoal, social e pública. Normalmente, as pessoas não apresentaram a mesma segurança nas quatro situações: há quem não se sinta à vontade numa situação pública por exemplo. A distância condiciona o funcionamento dos sentidos: ao passo que à distancia intima, o tacto, o olfacto, ou o calor podem transmitir informações, a maiores distâncias só funcionam a vista e o ouvido, perdendo-se a linguagem não verbal. Por outro lado, a situação vai condicionar a distancia. Segundo Sommer (1961) e Little (1965), a comunicação num ambiente publico far-se-ia a uma distancia menor que num ambiente privado, facto justificado pelo interesse mutuo da proximidade num ambiente público. Neste seguimento, a distância dependerá da relação entre o encontro e outras actividades que possam decorrer no mesmo local. A proximidade física pode aparecer ligada a fenómenos de activação fisiológica. Além disso, segundo Patterson (1974), a distância interpessoal é condicionada pelo sexo dos interagentes, como tal, os indivíduos do sexo feminino, por exemplo, adoptam, na interacção uma distância inferior em relação aos do sexo masculino. Finalmente, convêm referir que diferenças interculturais estão também na base de diferentes comportamentos neste domínio.
1.2 A orientação A orientação é um elemento de comunicação das atitudes interpessoais e traduz-se no ângulo onde as pessoas se situam espacialmente relativamente aos interlocutores. As orientações mais comuns numa interacção são, segundo Bitti e Zani, cara a cara e lado a lado. Duas pessoas cuja convivência venha de longe colocam-se normalmente lado a lado, ou então formando um ângulo de 90º. Já numa relação de hierarquia, o superior coloca-se em frente do dependente. Outro aspecto relativo à orientação diz respeito à elevação de um interlocutor relativamente a outros, sendo tal situação sinal de uma posição dominante. Ademais, existem também variações do ponto de vista cultural, exemplo disso é o facto de, segundo Watson e Graves (1966), os Árabes preferirem a posição cara a cara, ao passo que os Suecos, à luz de Ingham (1971), evitam a posição 90º. Em termos gerais, poder-se-à acrescentar que a orientação está dependente da situação espacial de interacção, bem como do numero e posição dos interagentes.
1.3 Postura Sinal em grande medida involuntário mas que participa amiúde no processo comunicativo. Vários tipos de posturas existem nas diversas culturas (Kendon, 1973), embora alguns não se verifiquem frequentemente dadas as dificuldades objectivas que implicam. Na verdade, há determinadas posturas que estão ligadas a situações especificas de interacção. Por exemplo, numa cerimónia religiosa as pessoas ajoelham-se. Também aqui existe uma relação directa com o contexto social. A partir de estudos de Goffman (1961) chega-se À conclusão de que membros de um status social mais elevado apresentam uma forma de posturas mais ampla que a dos membros de condição inferior. É neste contexto que se pode falar em posturas dominantes-superiores e posturas inferiores-submissas: o porte direito, cabeça levantada para trás e mãos nas ancas pode sinalizar o desejo de dominar. Para além das condicionantes sociais, ligadas a elas existem ainda variações posturais consoante o estado emocional individual – especialmente segundo a dimensão descontracção-tensão, na óptica de Mehrabian (1972). De resto, À luz de vários estudos, poder-se-à concluir que muitas atitudes posturais, além de dependerem das anteriores condicionantes, servem elas mesmas voluntariamente a comunicação, facto que vai ao encontro da ideia de Scheflen (1964), segundo a qual os membros de um grupo podem tomar posturas semelhantes ou diferentes.
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