Comunicação não verbal (Comportamento mímico do rosto e comportamento visual)
(Rodriguez)
3. O comportamento mímico do rosto O rosto é o canal privilegiado da comunicação e da expressão das emoções. A mímica facial desempenha, por isso, diversas funções: ora pode expressar, como já foi referido, as emoções e as atitudes interpessoais; ora envia sinais inerentes à interacção em curso; ora pode ainda manifestar aspectos típicos da personalidade do individuo. Durante a interacção social, o rosto participa activamente nas tocas interpessoais em estreita combinação com a linguagem (bitti e Zani): aquele que fala acompanha as palavras com expressões faciais que têm o fim de sublinhar , acentuar, modular os significados; o ouvinte, por sua vez, exprime as suas reacções por meio de pequenos e rápidos movimentos dos lábios, dos sobrolhos, etc. Também Condon e Ogston (1966) reconheceram uma forte sincronia entre os movimentos mímicos e a linguagem concomitante. 4. O Comportamento visual O poder do olhar pode assumir diversas formas e sugestões: inicia estabelecimento de relações; comunica atitudes interpessoais , complementa a comunicação verbal. Ellsworth (1975) destaca neste contexto três peculiaridades do olhar: a sua evidência, o seu poder activante e a sua capacidade de envolver o interlocutor. A complexidade do comportamento visual está relacionada com a dificuldade de distinguir a função especifica que ele tem em cada momento particular. Um dos exemplos mais comuns da comunicação visual tem a ver precisamente com a ausência dessa comunicação. O paradoxo é que tal atitude sugere, segundo Exline (1972), rejeição ou indiferença em relação ao interlocutor. Por outro lado, olhares mais fixos ou demorados, quando não causam embaraço, suscitam competitividade ou, noutros quadrantes, sentido afiliativo ou sexual. Além da proximidade física, do tom de voz, da expressão sorridente do rosto e do carácter pessoal do tema da conversação, a comunicação visual é também uma componente da intimidade. Uma investigação de Angyle e Dean (1965) demonstrou que, ao aumentar a proximidade física, diminui a comunicação visual. A temática do poder interpessoal expresso pelo comportamento visual parece estar, com base em estudos de Exline (1969), relacionada com a fuga ao contacto visual: as pessoas socialmente poderosas e dominantes parecem tocadas pela força pessoal de quem as ouve sem olhá-las (Bitti e Zani). Há, por outro lado, a experiência de ser olhado: segundo Argyle (1972), tal experiência pode ser agradável se durar pouco, ou incómoda e susceptível de provocar ansiedade quando se prolonga. Deve-se finalmente considerar as variações individuais que podem ocorrer relativamente às modalidades habituais do uso do olhar: há diferenças individuais no olhar em função dos aspectos de personalidade.
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