Olhos de Folha Minha
(Cíntia Thomé)
A poetisa surpreende a pessoa mais exigente. Faz mais, apaixona-a. Como se diz, poesia é para ler e sentir, não se comenta, não se resume. O poeta Benny Franklin diz do trabalho de Cíntia, que nos apresenta: “Sua poesia não vegeta, almeja ser alimentada... vias de paixão, sonhos imaginados, cantos tateáveis, para se cantar na noite de todos...” Uma delas:SEMENTES DO SILÊNCIO Na casa de meu pai Lá eu via uma romãzeira A sorte dentro da casa, do fruto Sementes de paz avermelhadas Molhadas do sêmen, útero Fertilidade aguçada em bondade Lá havia uma romãzeira Com a brisa do nascer dos dias, sonhos Lisos, planando pássaros Abelhas rainhas zumbindo Querendo o mel dos perfumes E olhares se cruzavam no lume das esperanças em chuva, felicidade Lá havia uma romãzeira Meu pai Como rei da aldeia, minha aldeia Nas cascas na tenra terra Coração puro e sorriso Olhares ao longe Sementes da fortuna Forrando o chão que criança pisava Tapete voando com a ventania Lá havia uma romãzeira Meu pai Romãs brincavam como gotas, sumos prometendo o amanhã Prometida Terra Aos uivos das lobas os gatos no telhado Em todos os olhos, olhares Sementes douradas Assim havia uma romãzeira Firmeza, sólida casa... ventre A sorte dentro do lar, o fruto Impregnava as folhas do olhar criança Sustentava o querer, o alcance futuro Rasgava sóis À sombra, descanso Sementes à sorte no árido olhares silenciosos batida terra, poeira Só o cheiro da romãzeira Pois lá havia... na aldeia Um pai. Cíntia Thomé autografa dia 11 de abril, na Saraiva megastore do Shopping Iguatemi, em Campinas, São paulo, ás a partir das 19 horas.Olhos de Folha Minha / Poemas – Cíntia Thomé. Editora Komedi (www.komedi.com.br)
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