Acerca de Kafka
(vinicius bandera)
Kafka, tal como Freud em "O mal -estar civilizatório", vê o homem oprimido por três inimigos que lhe são naturais: o destino(ou algo que o valha), o próprio homem e os outros homens(o sistema ou algo que o valha). No entanto, ao contrário deste texto do pai da psicanálise, Kafka não é um conformista, mas um metamorfoseador. Seus escritos, não obstante relatarem a derrota do homem frente aos seus três inimigos naturais, são um grito de pavor, de inconformismo, a pretender despertar o leitor (a humanidade) para uma reflexão acerca da condição humana. Kafka é, portanto, antes e acima de tudo um humanista. O seu humanismo passa pelo despertar e desenvolvimento da conscientização do leitor enquanto ser humano. Conscientizando-se de que sua condição é aviltante, o leitor terá dado o primeiro passo para uma tentativa de reversão num sentido mais humano, de melhor qualidade de vida pessoal e social. Parece ser este o escopo precípuo e velado das denúncias que marcam os textos de Kafka. Quando ele extrapola os limites da condição humana e faz o homem descer aos níveis de um inseto, do K e do agrimensor que não consegue entrar no castelo, é como se ele instasse a humanidade a envidar esforços hercúleos no sentido de extrapolar os limites contrários: aqueles que buscam alcançar as melhores possíveis qualidades de vida pessoal e social.
Resumos Relacionados
- A Metamorfose
- Carta Ao Pai
- A Liberdade Humana Em Kafka
- A Metamorfose
- A Metamorfose
|
|