Os Maias
(Eça de Queirós)
Eça de Queirós, neste romance, remete o leitor a uma sociedade romancista de meados do século XIX. Através de descrições reais, características do estilo literário do autor: o realismo torna-se possível conhecer a vida de quatro gerações de uma família abastada de Portugal, neste século.
Carlos Eduardo da Maia é educado pelo avô, Afonso da Maia, uma educação à inglesa. Isto é, privilegiando o exercício físico e a liberdade da razão, ao contrário da educação tipicamente portuguesa, que fora ministrada a Pedro da Maia (pai de Carlos que se suicidara por causa da partida da mulher com outro homem). Ele seguia a Cartilha ensinada e visava o exercício da memória e a inércia.
Carlos Eduardo da Maia, criança enérgica e ativa, sem receio de aventuras, crescera. Formara-se em medicina e, em 1875, a família regressara a Lisboa, ao Ramalhete, onde o jovem iria exercer a profissão.
Vivendo e esbanjando riqueza, sob a guarda de sua família rica, Carlos afasta-se da medicina e entrega-se ao amor de uma mulher recém chegada à cidade. Sua amada, Maria Eduarda, já era mãe de uma filha. O amor prossegue encoberto por uma sociedade com a mesmice de sempre. Limitando-se a imitar os interesses e ocupações de outros locais estrangeiros, considerados muito chiques.
O que os dois amantes não sabiam, mas não demoraram a descobrir é que pertencem à mesma família e são parentes muito mais próximos que podiam imaginar. Eles eram irmãos. Haviam sido separados em pequenos, quando Maria Eduarda Runa partira e levara a filha mais velha consigo.
Carlos e Maria Eduarda nunca souberam da existência um do outro. O romance segue seu curso até à morte de Afonso da Maia, desgostoso com a desgraça da família.
Carlos viajara durante dez anos sem regressar a Portugal. Peregrinando de país em país em companhia de seu amigo de peripécias, João da Ega; personagem que revive à imagem de Eça de Queirós.
Ao regressarem e recordarem o passado, chegam a uma conclusão: Falharam em suas vidas.
As diferentes educações postas em análise levavam a um mesmo fim, ao falhar, errar.
É colocada também em debate, na obra, a questão Coimbra, um confronto entre o Romantismo e o Realismo, através do episódio do Hotel Central. Um entre tantos outros episódios da vida romântica, que retratam uma sociedade em busca da regeneração, tentando criar novos valores, mas continuando presa às raízes do passado, do ridículo.
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