Macunaíma
(Mario de Andrade)
Ai! Que preguiça! Parafraseando a fala de Macunaíma no início do livro, ler o herói sem nenhum caráter é sentir isto, ou outra coisa além disto, dependendo de cada um. Mario de Andrade, talento inato, escreveu esta rapsódia lendária numa época de grande turbulência e transformação cultural. Caçoa literalmente do excesso de formalismo na literatura e impós um sentido destruidor com todas as estruturas do passado. Nascido negro numa tribo da floresta amazônica nosso herói-cômico perde Ci, sua esposa e mãe do mato, e também perde o amuleto deixado por ela, o muiraquitã. O referido objeto de desejo encontra-se nas mãos de um mascate peruano, Venceslau Pietro Pietra ou gigante Piaimã, morador de São Paulo.Depois deste episódio o herói caminha para esta cidade com os dois irmãos, Maanape e Jiguê a fim de reaver a pedra e voltar para a floresta.A caminho de são Paulo, por estarem sujos, lavam-se em uma água mágica, sendo que Macunaíma fica branco, loiro e de olhos azuis, seu irmão Jiguê ficou da cor de bronze e o Maanape continuou negro a restar branco a palma das mãos e a sola dos pés. Após várias peripécias na cidade, conseguem encontrar com o gigante, derrotá-lo e recuperar a pedra, sendo possível retornar novamente a floresta amazônica. Após ter Conseguido o propósito, Macunaíma se vê perseguido pelo minhocão Obiê, e, enganado pela Uiara, perde novamente a pedra. Cansado, ferido, perdido uma perna e sem ajuda dos irmãos, pois, os tinham perdido, nosso herói-cômico decide abandonar este mundo e se transformar na constelação de ursa maior. O livro Macunaíma, herói sem nenhum caráter, quebra as fronteiras do gênero narrativo ao ser escrito em linguagem informal que se funde com a fantasia, o símbolo e a sátira.
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